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Falta de apoio e políticas progressistas aprofundam crise no recrutamento de novos policiais em Nova York

Falta de apoio e políticas progressistas aprofundam crise no recrutamento de novos policiais em Nova York
Jessica Tisch, comissária da polícia de Nova York, durante coletiva no ano passado (Foto: EFE/EPA/JUSTIN LANE)

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Uma combinação de políticas progressistas ineficazes e uma remuneração aquém do esperado está fazendo com que a Polícia de Nova York (NYPD) enfrente uma crise sem precedentes no recrutamento de novos agentes.

Segundo reportagem do jornal New York post, o número de candidatos interessados em ingressar na corporação caiu drasticamente nos últimos anos, passando de 18 mil em 2017 para apenas 8 mil em 2025 — uma redução de 55%, segundo dados do sindicato da polícia, a Police Benevolent Association (PBA).

Policiais experientes relataram ao jornal que a queda no número de novos recrutas se deve a atual sobrecarga de trabalho, ameaças constantes de criminosos, salário incompatível, e, ao mesmo tempo, pelas excessivas críticas e punições burocráticas promovidas pela administração democrata do estado e da cidade.

Especialistas ouvidos pelo New York Post disseram que a série de leis aprovadas nos últimos anos, que limitaram a atuação policial na cidade de Nova York, também tem sido um dos principais fatores por trás do baixo número de candidatos que querem integrar a corporação. Segundo o jornal, em 2020, o Conselho Municipal de Nova York (similar a uma Câmara de Vereadores no Brasil), que é controlado por políticos progressistas do Partido Democrata, aprovou seis leis que impactaram diretamente o trabalho da polícia, como a proibição de técnicas de imobilização que envolvem o pescoço ou o diafragma e a exigência de relatórios detalhados sobre cada abordagem realizada pelos policiais.

Joseph Giacalone, ex-sargento do NYPD e atual professor da John Jay College of Criminal Justice, uma universidade pública de Nova York, afirmou que essas medidas afastam novos interessados na carreira policial.

“Muitos dos meus alunos não querem mais ser policiais”, declarou ele ao New York Post, lembrando que antes a maioria da turma queria seguir esse caminho.

Eric Adams, prefeito democrata de Nova York, prometeu no final do ano passado contratar novos policiais. O número desejado pela prefeitura era de 1,6 mil para reforçar a corporação neste ano de 2025, contudo, a meta parece distante diante da dificuldade da administração pública em atrair candidatos qualificados. De acordo com o sindicato dos policiais, citado pelo New York Post, para preencher as 1,6 mil vagas abertas que serão abertas pela prefeitura, seriam necessários pelo menos 13 mil candidatos no processo seletivo, já que apenas um em cada oito costuma ser aprovado após as etapas físicas e mentais.

Patrick Hendry, presidente do sindicato dos policiais, defendeu mudanças urgentes tanto nas condições de trabalho quanto nos salários oferecidos aos novos agentes.

“Atualmente, os potenciais recrutas sabem que uma carreira na NYPD significa enfrentar mais trabalho, mais risco, mais pressão e mais escrutínio, em troca de menos benefícios e salários mais baixos do que praticamente qualquer outro emprego policial”, explicou Hendry.

Aumento da violência contra policiais

O aumento na violência contra agentes também pode estar desestimulando novos candidatos. Em 2024, dados compilados pelo New York Post mostram que o número de policiais feridos chegou a 4,6 mil nos primeiros nove meses, o maior desde 2016. Segundo Vincent Vallelong, presidente do sindicato de sargentos da polícia de Nova York, o influxo de mais de 58 mil criminosos migrantes para a cidade foi um dos fatores que contribuíram para o problema.

"Quando as leis determinam que não há consequências significativas para agredir policiais, o resultado é mais interações com os mesmos indivíduos violentos que não conseguimos processar ou deportar", argumentou.

Casos graves ilustram a crescente violência. Em maio de 2024, dois policiais foram atacados por um grupo de migrantes durante uma briga em um hotel. Em outro episódio, um policial foi baleado por um criminoso reincidente no distrito do Queens. Os incidentes, frequentemente envolvendo agressores que já possuem passagens pela justiça, refletem a percepção de impunidade que domina as ruas.

Uma fonte relatou ao jornal americano neste ano que os policiais de Nova York dizem que estão vendo atualmente os mesmos criminosos — muitos deles migrantes que não podem ser entregues ao ICE (serviço de controle das fronteiras e de imigração) — cometendo crimes e sendo liberados imediatamente, devido a fiança acessível.

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