Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Prêmio

Físicos inventores dos LEDs azuis levam o Nobel

Nakamura, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara | Efe
Nakamura, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (Foto: Efe)
Akasaki, professor da Universidade de Meijo, em Nagoya |

1 de 2

Akasaki, professor da Universidade de Meijo, em Nagoya

Amano, que também dá aulas na Universidade de Meijo |

2 de 2

Amano, que também dá aulas na Universidade de Meijo

Os cientistas japoneses Isa­­mu Akasaki, Hiroshi Ama­­no e Shuji Nakamura ganharam o Prêmio Nobel de Física de 2014 por terem inventado uma nova fonte de luz eficiente do ponto de vista energético e amigável para com o meio ambiente, levando à criação das lâmpadas LED.

"Com o advento das lâmpadas LED, agora temos alternativas mais duradouras e mais eficientes de fontes de luz", disse o comunicado sobre o prêmio de 8 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 2,6 milhões).

Os japoneses Isamu Aka­­saki e Hiroshi Amano, e Shu­­ji Nakamura (nascido no Ja­­pão mas com cidadania norte-americana) conquistaram o prêmio por desenvolver o diodo emissor de luz (LED, na sigla em inglês) azul — uma composição que agora permite que fabricantes produzam lâmpadas de luz branca.

A chegada de tais lâmpadas está mudando a maneira como os lares e escritórios são iluminados, oferecendo uma alternativa mais duradoura e eficiente para as lâmpadas incandescentes inventadas por Joseph Swan e Thomas Edison no fim do século 19.

Vida prática

O prêmio é um exemplo notável de descoberta prática conquistando o Nobel — em contraste com o ano passado, quando o prêmio de Física foi para cientistas que previram a existência da partícula do bóson de Higgs, que explica como a matéria elementar obteve a massa para formar estrelas e planetas.

Século 21

"Lâmpadas incandescentes iluminaram o século 20; o século 21 será iluminado por lâmpadas de LED", disseram os acadêmicos suecos.

Frances Saunders, presidente do Instituto de Física da Grã-Bretanha, declarou que a mudança ofereceu o potencial para grande economia de energia.

"Com 20% da eletricidade do mundo utilizada para iluminação, foi calculado que o uso otimizado de luzes de LED pode reduzir isso para 4%. A pesquisa de Akasaki, Amano e Nakamura tornou isso possível, e o prêmio reconhece essa contribuição", disse Saunders.

Material usado pelos japoneses é "muito difícil"

Estadão Conteúdo

O LED azul inventado por Akasaki, Amano e Nakamura consiste de várias camadas de nitreto de gálio (GaN) combinadas com índio (In) e alumínio (Al).

Encontrar os elementos e a composição certa, porém, era difícil, porque a computação no fim da década de 1980 ainda não permitia simular propriedades de todas as substâncias estudadas. E encontrar o nitreto de gálio foi só o início do caminho.

"É muito difícil trabalhar com esse tipo de material porque não existem nitretos sólidos. Existem gases", explica Gennady Gusev, físico que trabalha com materiais semicondutores na Universidade de São Paulo (USP). "Poucas pessoas foram trabalhar com isso, e o Nakamura foi um dos poucos que não desistiram."

Os três físicos que ganharam ontem o Nobel desenvolveram então diferentes técnicas para fazer o nitreto de gálio se depositar como cristal sobre uma superfície de safira com nitreto de alumínio.

As fontes de luz branca por LED têm eficiência energética quatro vezes maior que as lâmpadas fluorescentes e 18 vezes maior que lâmpadas incandescentes. Isso é possível porque LEDs convertem em luz virtualmente toda a corrente elétrica que os alimenta.

"Sou feliz por ver meu sonho da iluminação LED se realizar", disse Shuji Na­­kamura, em entrevista coletiva. "Espero que também ajude a reduzir o aquecimento global."

InteratividadeQual sua opinião sobre as escolhas da Academia Sueca para o Nobel deste ano?Deixe seu comentário abaixo e participe do debate.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.