Forças sírias atacaram na quinta-feira pelo segundo dia consecutivo uma região tribal no leste do país, disseram ativistas, como parte da repressão aos protestos pró-democracia - os quais podem levar a União Europeia a decretar sanções contra o setor petrolífero sírio.
Tanques e veículos blindados entraram na localidade de Shuhail, a sudeste da capital provincial de Deir al Zor, onde há protestos diários contra o presidente Bashar al Assad nas últimas semanas.
"Relatos iniciais dos moradores descrevem dezenas de tanques disparando aleatoriamente ao invadirem a cidade ao amanhecer. Shuhail tem sido muito ativa nos protestos, e o regime está usando uma força arrebatadora para assustar as pessoas", disse um ativista local.
Desde o início do mês islâmico do Ramadã, quando os protestos se intensificaram, tanques já entraram nas cidades de Hama, palco de um massacre contra dissidentes em 1982, Deir al Zor e Lataki, no litoral.
A vitória dos rebeldes na guerra civil da Líbia pode estimular governos ocidentais a intensificarem sua pressão contra Assad. Diplomatas disseram na quarta-feira que a União Europeia deve proibir até o final da semana que vem a importação de petróleo sírio, mas que as novas sanções devem ser mais brandas do que recentes medidas impostas pelos Estados Unidos.
A Síria produz 385 mil barris de petróleo por dia, dos quais mais de um terço se destinam à Europa - especialmente Holanda, Itália, França e Espanha. Toda a produção se concentra no leste do país, inclusive nas áreas curdas do nordeste.
A interrupção da importação na Europa privaria a Síria de uma importante fonte de divisas, restringindo os recursos para a atual onda de repressão política, que segundo a ONU já causou 2.200 mortes.
Segundo a agência estatal de notícias, Assad disse a clérigos leais ao governo, na quarta-feira, que o Ocidente está pressionando a Síria a "se vender, o que não vai acontecer porque o povo sírio escolheu ter uma vontade independente".
Contrariando as acusações do governo, que atribui os protestos a grupos armados que tentam desestabilizar o regime, a entidade Human Rights Watch disse em um novo relatório que as mortes de civis "têm ocorrido em circunstâncias nas quais não havia ameaça às forças sírias".
O relatório diz que o regime matou pelo menos 49 pessoas desde que Assad informou à ONU, em 17 de agosto, que as operações militares e policiais haviam sido interrompidas. Em 22 de agosto, em Homs, os soldados "dispararam contra uma multidão de manifestantes pacíficos, logo depois de uma equipe de avaliação humanitária da ONU deixar a área, matando quatro pessoas". segundo a ONG.
A Liga Árabe convocou uma reunião de emergência para discutir a situação na Síria, no sábado, mas nenhum governo árabe por enquanto demonstra a intenção de impor sanções regionais a Assad.
- Repressão das forças de segurança sírias deixam ao menos 6 mortos em Homs
- Diplomata dos EUA visita cidade síria; ONU inicia investigação
- Dissidentes sírios anunciam unificação da oposição sob Conselho Nacional
- UE aprova mais sanções contra Síria
- ONU cria nova comissão para investigar repressão na Síria
Como a suspensão do X afetou a discussão sobre candidatos e fake news nas eleições municipais
Por que você não vai ganhar dinheiro fazendo apostas esportivas
Apoiadores do Hezbollah tentam invadir Embaixada dos EUA no Iraque após morte de Nasrallah
Morrer vai ficar mais caro? Setor funerário se mobiliza para alterar reforma tributária
Deixe sua opinião