O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, pediu a Israel que se abstenha de realizar uma incursão terrestre no sul do Líbano, território controlado pelo grupo terrorista libanês Hezbollah, enquanto a proposta de cessar-fogo apresentada por França e Estados Unidos “permanece sobre a mesa”.
“Peço a Israel que se abstenha de uma incursão terrestre no Líbano e que cesse o fogo. Peço ao Hezbollah que faça o mesmo e evite qualquer ação que possa levar à desestabilização regional”, declarou Barrot em entrevista coletiva na capital libanesa.
A proposta de trégua de 21 dias feita na semana passada em Nova York, quando Israel lançou uma campanha sem precedentes contra o Líbano para enfraquecer o Hezbollah, ainda está sendo analisada, segundo o chanceler francês.
“Há esperança, mas resta pouco tempo”, acrescentou.
Israel está se preparando para lançar uma incursão terrestre no sul do Líbano, e o segundo líder em comando do Hezbollah, Naim Qassem, declarou em um discurso hoje na TV que suas forças estão prontas para enfrentar qualquer invasão israelense.
O chefe da diplomacia francesa afirmou que o texto para um cessar-fogo “parece ser a única garantia” de uma “trégua imediata seguida de uma cessação duradoura das hostilidades” e acrescentou que, após a reunião com as autoridades libanesas, sente que há uma “determinação de apoiar essa iniciativa e de pressionar nessa direção”.
Quanto a Israel, destacou que há “contato diário” com as autoridades do país sobre essa questão, sem dar mais detalhes.
Para que esse acordo seja assinado, é necessária “vontade política” de ambos os lados do conflito, bem como dos líderes libaneses, pois eles “devem restaurar o funcionamento” das instituições políticas do país “elegendo um presidente sem demora”, cargo que está vago há dois anos.
Além disso, ressaltou que será reforçado o apoio ao Exército libanês, “o garantidor da segurança interna e da unidade do Líbano”.
O chefe da diplomacia francesa desembarcou neste domingo (29) em Beirute, onde entregou 12 toneladas de equipamentos médicos transportados pelo Exército francês, que serão usados para tratar cerca de mil pessoas “gravemente feridas”, de acordo com Barrot.
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