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O líder opositor venezuelano Edmundo González Urrutia, reconhecido por várias democracias ocidentais (menos pelo Brasil) como o presidente eleito da Venezuela, confirmou nesta quinta-feira (16) que irá comparecer na cerimônia de posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, em Washington, nesta segunda-feira (20).
“Os Estados Unidos, sendo um grande aliado da causa democrática venezuelana, convidaram o legítimo presidente de Venezuela, Edmundo González Urrutia”, declarou seu gabinete em comunicado oficial ao confirmar a presença do opositor na cerimônia.
Durante sua passagem por Washington, González ainda pretende reunir-se com membros da nova administração Trump, uma forma de tentar fortalecer o apoio dos Estados Unidos à luta da oposição contra o regime do ditador Nicolás Maduro. O opositor venezuelano já esteve na Casa Branca recentemente para reuniões com o presidente em fim de mandato, Joe Biden, e outros representantes do governo americano cessante.
Numa coletiva de imprensa realizada nesta quinta ao lado do presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, González reforçou suas críticas contra o regime de Maduro, que classificou como uma “ameaça regional” para a Ibero-América.
“O regime que hoje preside Nicolás Maduro constitui uma ameaça regional que, como tal, deve ser assumida por todas as democracias de Iberoamérica”, afirmou. Segundo González, o impacto negativo do regime de Maduro ultrapassa as fronteiras da Venezuela, afetando a estabilidade e a segurança de toda a região.
O presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, apoiou as declarações de González e lamentou os efeitos devastadores do regime chavista sobre o povo venezuelano. “Lamentamos a miséria econômica em que o regime tem afundado o povo venezuelano”, afirmou Chaves, que reconhece González como o vencedor legítimo das eleições de 28 de julho.
O novo mandato ilegítimo de Maduro foi rejeitado por 14 países da Organização dos Estados Americanos (OEA), menos pelo Brasil. Por sua vez, os EUA e a UE intensificaram as sanções contra o regime chavista, com os americanos passando a oferecer uma recompensa de US$ 25 milhões por informações que levem à captura de Maduro. O ainda secretário de Estado. Antony Blinken. reforçou em suas redes sociais que o líder chavista não tinha legitimidade para reivindicar a presidência. Por sua vez, o senador Marco Rubio, que vai suceder Blinken na diplomacia americana, declarou que revisará as licenças petrolíferas concedidas à Venezuela durante o governo Biden, reafirmando o embargo imposto inicialmente durante o primeiro mandato de Trump.