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O candidato da oposição venezuelana, Edmundo González, em reunião na terça-feira (17) com o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, no Congresso dos Deputados da Espanha, em Madri
O candidato da oposição venezuelana, Edmundo González, em reunião na terça-feira (17) com o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, no Congresso dos Deputados da Espanha, em Madri| Foto: EFE/Zip

O principal candidato da oposição da Venezuela na última eleição presidencial, Edmundo González, negou nesta quinta-feira (19) que tenha sido coagido pelo governo da Espanha a deixar seu país e se asilar em Madri.

Mais cedo, durante entrevista à EsRadio, Esteban González Pons, secretário-adjunto de Assuntos Institucionais do conservador Partido Popular (PP), de oposição ao atual governo da Espanha, havia afirmado que González sofreu coação na embaixada espanhola em Caracas para que seguisse para o exílio.

“Não fui coagido nem pelo governo da Espanha nem pelo embaixador espanhol na Venezuela, Ramón Santos. Os trâmites diplomáticos realizados tiveram como único objetivo facilitar a minha saída do país, sem exercer qualquer tipo de pressão sobre mim”, afirmou González em comunicado.

“O governo espanhol comprometeu-se a garantir a minha segurança durante o deslocamento até o avião das Forças Armadas espanholas, bem como na minha chegada à Espanha, conforme sucedeu. O principal objetivo destas medidas foi permitir a continuidade da tramitação do meu pedido de asilo perante o Estado espanhol, em condições de segurança e respeito pelos meus direitos”, acrescentou o oposicionista.

No início da semana passada, González, cuja coalizão sustenta que ele foi o verdadeiro vencedor da eleição presidencial venezuelana de 28 de julho (e disponibilizou num site cópias das atas de votação para comprovar isso), partiu para o exílio na Espanha.

Ele tinha contra si uma ordem de prisão emitida pela Justiça da Venezuela, aparelhada pelo ditador Nicolás Maduro, apontado como vencedor do pleito pelo chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Mais cedo nesta quinta-feira, Pons havia dito que o governo da Espanha, presidido pelo socialista Pedro Sánchez, “é cúmplice da operação para tornar Maduro ditador por mais tempo”.

Ele afirmou que González ficou refugiado na Embaixada da Holanda em Caracas desde o dia seguinte à eleição e “foi transferido para a residência do embaixador espanhol para que a chantagem e a coação fossem possíveis”.

Pons argumentou ainda que um vídeo divulgado pelo regime de Maduro confirmaria que o governo Sánchez foi um “colaborador necessário” para ajudar o chavismo a “decapitar a oposição democrática na Venezuela”.

O secretário também reafirmou críticas que o PP havia feito na semana passada a uma suposta intermediação de José Luis Rodríguez Zapatero, ex-presidente do governo da Espanha (2004-2011) e correligionário de Sánchez, para a saída de González.

“Por trás de tudo o que está acontecendo, devemos deixar claro que também está José Luis Rodríguez Zapatero, que permanece calado, sem dizer nada, sem fazer qualquer declaração. Ele comprometeu o governo com esta operação”, afirmou Pons, que chamou o ex-presidente de “grande conspirador”.

Na quarta-feira (18), González havia dito que foi ameaçado pelo presidente da Assembleia Nacional (AN) da Venezuela, Jorge Rodríguez, e pela vice-presidente do regime de Maduro, Delcy Rodríguez, para que assinasse um documento reconhecendo uma decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que ratificou a “vitória” do ditador chavista no pleito de 28 de julho.

No vídeo em que tratou do tema, entretanto, González não fez menção a uma suposta coação por parte do governo da Espanha para deixar a Venezuela.

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