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Passageiros aguardam no Aeroporto Jorge Newbery, na cidade de Buenos Aires, durante greve dos tripulantes da companhia aérea estatal Aerolíneas Argentinas
Passageiros aguardam no Aeroporto Jorge Newbery, na cidade de Buenos Aires, durante greve dos tripulantes da companhia aérea estatal Aerolíneas Argentinas| Foto: EFE/Juan Ignácio Roncoroni

A greve dos trabalhadores da estatal Aerolíneas Argentinas, que exigem melhores salários, forçou a reprogramação de 185 voos e afetou cerca de 15 mil passageiros, segundo informaram fontes oficiais da Argentina nesta sexta-feira (6).

Os sindicatos do setor anunciaram na quinta-feira (5) a greve com uma paralisação total das atividades por nove horas, o que, no momento, está prejudicando as operações no Aeroporto Internacional Ministro Pistarini, em Ezeiza (província de Buenos Aires), o principal do país, e no Aeroporto Jorge Newbery, em Buenos Aires.

A Associação dos Trabalhadores das Companhias Aéreas Argentinas (AAA) disse em comunicado que havia “feito todos os esforços para evitar o conflito”, mas que não tinha escolha a não ser tomar essas medidas “até receber uma oferta adequada e que leve em conta a inflação”.

Em resposta, o presidente da Aerolíneas Argentinas, Fabián Lombardo, disse à emissora Radio Mitre que a greve é uma medida “selvagem” dos sindicatos, “que não entenderam que a Argentina mudou”.

De acordo com Lombardo, os sindicatos interromperam as negociações por causa da recusa da empresa em dar aos pilotos um aumento de 70%, quando a companhia estava oferecendo 11%, e disse que os funcionários em greve têm um salário médio de 5,2 milhões de pesos (cerca de R$ 30 mil).

O presidente da empresa estatal detalhou que, entre os benefícios concedidos aos pilotos, estão a garantia de passagens de classe executiva para eles e suas famílias, traslados de suas casas e férias prolongadas, além de não trabalharem em aniversários.

O governo argentino também disse que a greve “carece de lógica”, já que as negociações salariais para chegar a um acordo ainda estão abertas.

“É uma greve que carece de toda lógica. Em nenhum momento as negociações para se chegar a um acordo foram encerradas e isso está afetando milhares de pessoas”, disse o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, em entrevista coletiva.

Os sindicatos justificaram a greve alegando um “nível salarial vergonhoso” dos trabalhadores e da “falta de vontade” da companhia aérea estatal da Argentina, da qual estão exigindo uma atualização salarial com base na inflação do país.

“Dada a evidente falta de vontade da Aerolíneas Argentinas de avançar em um aumento salarial que se ajuste aos indicadores inflacionários, aprofundaremos as medidas de ação sindical”, disse a Associação de Pilotos de Linhas Aéreas (APLA) em comunicado.

Anteriormente, os sindicatos realizaram assembleias nos aeroportos entre 19 e 30 de agosto, impedindo a operação normal da Aerolíneas Argentinas e de outras companhias aéreas, com dezenas de voos cancelados ou remarcados.

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