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fora dos trilhos

Greve por tempo indeterminado dos trens aumenta tensão na França

Governo francês enfrenta protestos há três meses contra uma reforma trabalhista. Eurocopa, que será realizada no país, começa em nove dias

Passageiro caminha sozinho na Gare Lyon, em Paris: greve de trens aumenta a tensão na França | KENZO TRIBOUILLARD/AFP
Passageiro caminha sozinho na Gare Lyon, em Paris: greve de trens aumenta a tensão na França (Foto: KENZO TRIBOUILLARD/AFP)

A apenas nove dias do início da Eurocopa, os trabalhadores do setor ferroviário iniciaram uma greve por tempo indeterminado, complicando ainda mais a situação do governo francês, que enfrenta há três meses protestos contra uma reforma trabalhista.

A greve, que começou na noite de terça-feira (31), provocou a circulação nesta quarta-feira de apenas 60% dos trens de alta velocidade e entre 30% e 40% dos regionais, informou a Companhia Nacional de Ferrovias (SNCF). Esta é a oitava greve desde o início de março.

Nas linhas internacionais, a SNCF, operadora oficial da Eurocopa, prevê um tráfego normal no Eurostar (Reino Unido) e Alleo (Alemanha). Mas estavam em operação apenas 75% dos trens Lyria (Suíça) e Thalys (Bélgica), 40% dos Ellipsos (Espanha) e um terço dos SVI (Itália).

A greve, pelo horário de trabalho, não está diretamente relacionada com o conflito que opõe o governo e os sindicatos há três meses por uma reforma trabalhista estimulada pelo governo socialista de François Hollande.

Interessado em abafar o novo conflito, o Executivo pressiona os funcionários e a direção da SNCF a alcançar um acordo. Para evitar uma explosão social em outras áreas, o governo anunciou na terça-feira um aumento salarial dos professores e desistiu de cortar o orçamento das pesquisas.

Mas o governo insiste que não vai recuar na reforma trabalhista. “Não vamos retirar o projeto”, disse Hollande, ao mesmo tempo que o primeiro-ministro Manuel Valls declarou que recuar seria um “erro político”.

O ex-presidente e antecessor de Hollande, Nicolas Sarkozy, líder do partido Os Republicanos, denunciou “a desordem” na França e “a perda de autoridade” do Executivo. Para o governo de Hollande, que bate recordes de impopularidade, a reforma facilitará a adaptação das regras de trabalho à realidade das empresas e favorecerá a luta contra o desemprego (10%). Mas os críticos, que convocaram um novo dia de manifestações para 14 de junho, consideram que aumentará a precariedade no mercado de trabalho e exigem a retirada do projeto. Os sindicatos CGT e FO convocaram todos os setores.

A greve nas refinarias, que começou há duas semanas, prossegue, mas a indústria petrolífera constatou uma melhora no abastecimento de gasolina. O CGT convocou uma greve no metrô e transportes públicos de Paris a partir de quinta-feira, mas a direção afirmou que devem ser registradas apenas leves perturbações.

Na aviação, as negociações entre a Direção Geral da Aviação Civil (DGAC) e os sindicatos não avançaram e uma greve está programada para os dias 3, 4 e 5 de junho. Paralelamente, os pilotos da companhia Air France votaram a favor de uma greve em junho que pode coincidir com o início da Eurocopa-2016. O Comitê de Turismo de Paria e sua região fez um alerta para as consequências dos eventos sociais para a imagem do país.

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