Um ano atrás, um grupo de jovens ocupava a principal praça de Kiev, na Ucrânia. O que era apenas mais uma manifestação popular se transformou em um dos maiores movimentos de protesto e resistência que o mundo viu nos últimos anos. Ninguém imaginava que aqueles protestos se desdobrariam na queda do governo, manifestações separatistas, conflitos armados e uma quase reedição da Guerra Fria.
Foi em 21 de novembro de 2013 que o então presidente ucraniano Viktor Ianukovich anunciou que não assinaria o acordo de adesão à União Europeia. A decisão levou manifestantes à Praça Vermelha, com o objetivo de protestar contra o anúncio. A resistência do governo fez com que a adesão ao movimento aumentasse a cada dia. Logo, milhares de ucranianos tomaram a praça e ali permaneceram mesmo sob neve e temperaturas negativas.
Houve conflitos com a polícia, mortos e feridos, até que no dia 22 de fevereiro Ianukovich renunciou à presidência. Com a formação de um novo governo, os manifestantes resolveram finalmente deixar a praça. Começou então um novo conflito, dessa vez no leste do país, onde a maioria de origem russa passou a lutar pela independência. As regiões de Donetsk e Lugansk declararam autonomia e conflitos armados já deixaram 4,3 mil mortos. Como consequência, intensificaram-se as tensões da Rússia com os Estados Unidos e outras potências ocidentais.