O Irã deveria aproveitar os diálogos com grandes potências mundiais, no mês que vem, para dissuadir os temores sobre seu programa nuclear ou então se arriscará a enfrentar maior isolamento e pressão econômica, disse a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, nesta sexta-feira.
"Nós somos sérios e em breve veremos se os iranianos são sérios", declarou Hillary em um discurso no Brookings Institution, em Washington.
"Nós deixamos claro nosso desejo de resolver diplomaticamente as questões com o Irã. O Irã agora tem de decidir se vai unir-se a nós nesse esforço", disse Hillary, acrescentando que poderá haver profundas consequências se o Irã não agir.
"Haverá custos associados para o Irã, se continuar com o desafio: mais isolamento e pressão econômica, menor possibilidade de progresso para o povo do Irã", afirmou ela.
Os EUA concordaram em participar das conversações de 1 de outubro entre o Irã e o chamado "P5+1", grupo que inclui os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -Grã-Bretanha, China, França, Rússia e EUA - e a Alemanha.
O encontro é visto como um passo em direção ao compromisso firmado pelo presidente norte-americano, Barack Obama, durante a campanha presidencial dos EUA, no ano passado, de tentar melhorar as relações com o Irã por meio de contatos mais diretos. Os dois países não mantêm laços diplomáticas desde 1980.
Hillary repetiu a posição dos EUA de que as conversações têm de focar o programa iraniano de enriquecimento de urânio, que o Irã diz ter como objetivo a produção de energia elétrica, mas que algumas potências mundiais temem que esteja encobrindo o desenvolvimento de armas nucleares.
O Irã tem reiterado que nas conversações de outubro não entrará em negociação sobre sua capacidade nuclear.
Hillary afirmou que o encontro direto entre negociadores iranianos e norte-americanos será uma oportunidade para avaliar a atitude do Irã, mas os EUA "não estão nisto apenas com o objetivo de conversar."