
Ouça este conteúdo
Veículos e agências de notícia internacionais repercutiram nesta sexta e sábado (6) a indicação de Flávio Bolsonaro pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, como pré-candidato para a corrida presidencial em 2026.
O jornal britânico Financial Times (FT) acentuou a reação do mercado com a escolha do "político populista" cuja família estaria buscando "garantir uma dinastia política com um retorno ao poder nas eleições do próximo ano". "O endosso do ex-líder conservador da maior democracia da América Latina, outrora apelidada de 'Trump dos Trópicos', é visto como crucial para qualquer candidato de direita", escreveu o FT.
A agência Reuters destacou que a escolha do "filho senador de Bolsonaro" contrariou "as expectativas dos mercados", o que levou à queda do real e de ações na B3. A reportagem também ponderou que a escolha pode "implodir" os laços entre a direita e os partidos mais centristas, já que o nome de Tarcísio era mais esperado "para construir essas alianças e pavimentar o caminho para a vitória da direita em 2026".
Destaque semelhante fez a Bloomberg, afirmando que "os mercados brasileiros despencaram, com as ações registrando seu pior dia desde 2021 e a moeda caindo cerca de 2,5%" após o apoio de Jair Bolsonaro ao filho. O resultado revelaria não necessariamente aversão ao nome de Flávio, mas sim o temor de uma reeleição do governo petista, já que o senador, por ora, aparece com menos chances de vencer Lula nas pesquisas de opinião.
A Associated Press (AP) recordou levantamentos recentes que mostram Jair Bolsonaro como uma figura central "no cenário polarizado do Brasil", afirmando que, "mesmo atrás das grades, ele poderia determinar quem carrega a bandeira de sua coalizão na eleição de 2026".
O progressista El País afirmou que "o primogênito do ex-presidente golpista" deve enfrentar Lula na disputa do próximo ano. O periódico espanhol, sempre crítico a governos conservadores, fez menção às "enormes tensões dentro da própria família para herdar a marca e o poder de influência" do ex-presidente, já que "o anúncio ocorre poucos dias após uma disputa pública entre os três filhos mais velhos e a esposa do patriarca, Michelle, de 43 anos, que lidera o departamento feminino do Partido Liberal".
A rede árabe Al Jazeera publicou que, com o anúncio, "Flávio é agora o herdeiro aparente para representar o Partido Liberal (PL) de extrema-direita nas urnas" e que isso seria a preparação de "uma espécie de revanche entre a família Bolsonaro e o atual presidente de esquerda do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva". .




