O presidente do Irã, Masud Pezeshkian, disse nesta terça-feira (22), antes de viajar para a cidade russa de Kazan, onde participará da 16ª cúpula dos Brics, que o bloco é uma saída para o “totalitarismo” dos Estados Unidos.
“Acho que esse tipo de parceria pode ser uma saída para o totalitarismo dos Estados Unidos e pode ofuscar o unilateralismo que continua a impor sanções contra qualquer governo que queira”, declarou Pezeshkian à imprensa no aeroporto de Mehrabad, em Teerã, antes de embarcar em um avião presidencial, informou a agência Irna.
O mandatário iraniano comentou que planeja se reunir com os ditadores russo, Vladimir Putin, e chinês, Xi Jinping, bem como com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, entre outros. Esta é a primeira vez que o Irã participa da cúpula dos Brics como membro permanente.
Os Brics são compostos por nove países: Brasil, Índia, África do Sul, Etiópia, Rússia, China, Irã, Egito e Emirados Árabes. Os últimos cinco países dessa lista são ditaduras – no Irã, apesar de haver eleições, o presidente é uma figura quase decorativa, já que todas as instituições do país são controladas pelo líder supremo, Ali Khamenei.
Outra ditadura, a Arábia Saudita, teve sua entrada aprovada no ano passado, mas ainda não entrou oficialmente nos Brics.
Além disso, o bloco tem como candidatos à adesão Azerbaijão, Venezuela, Nicarágua e Cuba, também ditaduras. Nesta terça-feira, entretanto, a Rússia descartou uma nova ampliação do grupo na cúpula de Kazan.
Criado como um bloco econômico de países emergentes, os Brics cada vez mais têm sido utilizados por Rússia e China como um contraponto ao Ocidente e para impedir o isolamento internacional de Moscou, alvo de sanções das democracias do Ocidente devido à sua invasão à Ucrânia em 2022.
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