O Irã sinalizou que não vai acatar as exigências do Ocidente para um acordo que transferiria a maior parte de seu urânio enriquecido para fora do país. Teerã afirma que precisa de urânio enriquecido como combustível nuclear, mas diversos países, entre eles Estados Unidos e Israel, temem que o material possa ser usado na fabricação de bombas.
A recusa de Teerã de enviar para o exterior a maior parte de seus estoques de urânio enriquecido pode prejudicar tanto as conversações, em Viena, como a possibilidade de uma segunda rodada de negociação sobre o programa nuclear iraniano entre Teerã e o "sexteto", grupo formado pelo Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) - Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha e França - mais a Alemanha.
O diálogo, nesta segunda-feira (19), entre Irã e Estados Unidos, Rússia e França, se concentra em questões técnicas. O progresso nas negociações faria com que o sexteto ficasse mais seguro de que desta vez Teerã realmente deseja reduzir as tensões e pretende estabelecer conversações, no dia 1º de outubro, com os países do grupo. Além disso, a medida poderia dar à comunidade internacional mais espaço de negociação, a fim de impedir que Teerã transforme um programa civil de enriquecimento de urânio numa linha de montagem de ogivas de material físsil.
As conversações desta segunda-feira têm como objetivo implementar o que representantes ocidentais afirmam que foi combinado durante as negociações em Genebra, ou seja, permitir que um país estrangeiro - muito provavelmente a Rússia - transforme a maior parte do urânio de baixo enriquecimento iraniano em combustível.
Isso significa entregar mais de 1.200 quilos de urânio de baixo enriquecimento, o que representa 75% do estoque declarado do Irã. A sugestão é a de que o urânio seja enriquecido na Rússia e então convertido, na França, em bastões metálicos de combustível nuclear para o reator iraniano.
Impasse
A televisão estatal iraniana citou funcionários não identificados do governo dizendo que a República Islâmica pretende manter o enriquecimento de urânio e comprar de outros países o que precisar para o reator. Tal posição deve prejudicar as conversações, já que EUA e França não aceitam tais termos. A questão é que mil quilos de urânio de baixo enriquecimento é a quantidade mínima comumente considerada para a produção de urânio para armas nucleares, com níveis de enriquecimento acima de 90%.
Tendo como base o atual estoque iraniano, os EUA acreditam que Teerã poderia produzir uma arma nuclear entre 2010 e 2015, uma estimativa que está de acordo com a feita por Israel e outros países que acompanham o programa nuclear iraniano.
Se a maioria do estoque declarado do Irã for retirado do país, enriquecido no exterior e então transformado em combustível para o reator iraniano, qualquer esforço para fabricar armas nucleares seria adiado até que o Irã novamente tivesse material suficiente para processar e fabricar armas nucleares.
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