Israel emitiu nesta terça-feira um duro alerta à União Europeia (UE) contra um eventual reconhecimento do bloco a Jerusalém Oriental como a capital de um futuro Estado palestino. Segundo Tel-Aviv, tal reconhecimento prejudicaria a credibilidade da Europa como mediadora no Oriente Médio.
A advertência vem à tona em um momento no qual colonos judeus na Cisjordânia confrontam inspetores do governo de Israel, que tentam fazer cumprir a proibição de novas obras em territórios que os palestinos reivindicam para seu futuro Estado.
A Suécia, que atualmente preside a UE, lançou uma iniciativa para reconhecer Jerusalém Oriental como capital palestina. O diário israelense Haaretz informa em sua edição desta terça-feira que a Suécia buscará aprovação da proposta num encontro da UE na próxima semana em Bruxelas.
Em Estocolmo, funcionários suecos se recusaram a comentar a proposta. Mas funcionários da União Europeia disseram que a Suécia levantou a questão e a colocou em debate entre os países europeus.
O texto, citado pelo Haaretz, se refere a "uma solução de dois Estados, com um estado da Palestina viável e democrático, compreendendo a Cisjordânia e a Faixa de Gaza com Jerusalém Oriental como capital, vivendo lado a lado em paz e segurança com o Estado de Israel".
Embora a proposta não deva ser aprovada, o ministério das Relações Exteriores de Israel emitiu um duro comunicado. "A mudança liderada pela Suécia prejudica a capacidade da União Europeia em ter um papel de destaque e ser um fator significativo nas negociações entre Israel e os palestinos", diz a nota.
Um apoio explícito da UE às reivindicações referentes a Jerusalém Oriental seria uma vitória diplomática para os palestinos, apoiando o pedido do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmud Abbas, de que o congelamento de construções israelenses na Cisjordânia precisa incluir Jerusalém Oriental.
A proposta também seria uma quebra na tradição. Os europeus têm dito há muito tempo que Jerusalém deveria ser uma capital compartilhada e que os palestinos e israelenses deveriam concordar com isso.
A disputa sobre a soberania de Jerusalém Oriental é um dos temas mais espinhosos no que se refere às divergências entre israelenses e os palestinos.
Tanto israelenses quanto palestinos reivindicam Jerusalém como capital. A cidade - sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos - foi capturada por Israel em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias
Anos mais tarde, o governo israelense anexou a cidade e a declarou sua capital "eterna e indivisível". As iniciativas israelenses, no entanto, são rechaçadas pela comunidade internacional, que defende uma solução negociada.
Os palestinos reivindicam o setor árabe da cidade, conhecido como Jerusalém Oriental, como capital de seu futuro Estado independente e soberano.
- Alemanha inicia julgamento de suposto criminoso nazista
- Irã pretende construir mais dez usinas para enriquecer urânio
- Israel pretende "eliminar" o povo palestino, diz presidente da Venezuela
- Israel ignora rejeição palestina ao congelamento de colônias
- Polícia palestina fecha emissora de rádio na Cisjordânia
STF poderá forçar governo a tomar medidas mais efetivas contra danos das bets
Com argumentos de planos de saúde, associações de autistas fazem lobby negacionista com governo Lula
Novo “AeroLula”? Caso do avião presidencial no México reacende debate
“Precipitada” e “inconsistente”: como economistas reagiram à melhora da nota do Brasil
Deixe sua opinião