As Forças de Defesa de Israel e o Shin Bet, a agência de segurança interna do país, anunciaram nesta quinta-feira (24) a morte de Mohamed Abu Itiwi, comandante da força Nukhba, a unidade de elite do grupo terrorista islâmico palestino Hamas na região central da Faixa de Gaza.
Israel diz que Abu Itiwi esteve envolvido nos ataques terroristas de 7 de outubro de 2023 do Hamas ao país, que desencadearam a atual guerra em Gaza, e que ele estava empregado desde 2022 pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), que, segundo Israel, está amplamente infiltrada por integrantes do Hamas.
Abu Itiwi, que teria morrido nesta quarta-feira (23), era o comandante da força Nukhba no Batalhão de Bureij, na região central da Faixa de Gaza, e - de acordo com Israel - durante os atentados de 7 de outubro de 2023 ele liderou o ataque a um abrigo antibombas em Reim, onde vários dos participantes do festival de música Nova, no qual cerca de 370 pessoas foram mortas, haviam se escondido.
No abrigo foram mortas 16 pessoas, e quatro foram levadas vivas como reféns, incluindo o americano-israelense Hersh Goldberg-Polin, que foi morto por seus sequestradores do Hamas em 31 de agosto, juntamente com outros cinco reféns. Apenas sete pessoas sobreviveram no abrigo.
Israel afirma que cerca de 2,1 mil funcionários da UNRWA pertencem ao Hamas e acusou 12 deles, em janeiro, de envolvimento ativo nos ataques de 7 de outubro, ao que a agência respondeu imediatamente abrindo uma investigação interna e demitindo esses funcionários.
A agência, que tem mais de 30 mil funcionários, alegou meses depois que Israel não havia fornecido provas conclusivas do envolvimento de seus funcionários nos ataques, e uma investigação independente realizada pela ex-ministra das relações exteriores da França, Catherine Colonna, em março, endossou a “neutralidade” da atividade humanitária da agência, embora tenha encontrado “áreas críticas”.
Assim que Israel fez essas denúncias em janeiro, 18 países anunciaram a suspensão do financiamento à UNRWA, incluindo os principais doadores, como EUA, Alemanha, Japão e França, resultando em um corte orçamentário de US$ 450 milhões.
A maioria dos países, inclusive Canadá, Suécia, Austrália e a própria União Europeia, retomou o financiamento da UNRWA meses depois, diante da suposta “inconsistência” das evidências apresentadas por Israel em relação aos vínculos com o Hamas.
O governo de Israel defende vários projetos de lei no Knesset, o Parlamento do país, para declarar a UNRWA uma organização terrorista, além de tentar expulsá-la de sua sede em Jerusalém Oriental.
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