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Guerra total

Israel divide Faixa de Gaza em duas

Família de palestinos foge de região sob ataques das tropas israelenses: população civil de Gaza vive o horror da guerra pelo 10º dia | Mohammed Abed/AFP
Família de palestinos foge de região sob ataques das tropas israelenses: população civil de Gaza vive o horror da guerra pelo 10º dia (Foto: Mohammed Abed/AFP)

Cidade de Gaza - Tanques e tropas israelenses dividiram a Faixa de Gaza em duas partes na manhã de ontem, no primeiro dia da devastadora ofensiva por terra contra o Hamas. Pelo menos 40 palestinos, incluindo civis, foram mortos. Segundo fontes militares, o Exército israelense matou ou feriu dezenas de militantes, mas equipes médicas palestinas em Gaza, incapazes de se locomoverem devido aos confrontos, não puderam fornecer um número exato de vítimas.

De acordo com o Hamas, entre os mortos, mais de 30 são civis, incluindo uma menina de 12 anos. As novas mortes elevam o total de mortos na Faixa de Gaza desde sábado da semana passada para mais de 500. Autoridades palestinas e da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmam que pelo menos 100 civis estão entre os mortos.

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, afirmou que está consciente dos riscos da operação terrestre de Israel, mas acrecentou que o país não pode permitir que civis israelenses continuem sendo alvo de foguetes lançados a partir de Gaza.

No entanto, o lançamento de foguetes persiste e vários deles caíram em Israel na manhã de ontem. Forças terrestres israelenses não entraram nas principais cidades de Gaza, e estavam lutando em comunidades rurais e em áreas abertas que militantes geralmente usam para lançar foguetes e morteiros.

"O número de mortos pode ser muito maior, já que há muitos mártires e pessoas feridas nas ruas, mas não conseguimos ter acesso a eles", afirmou Moawiya Hassanein, diretor dos serviços de emergência médica de Gaza.

O Exército israelense confirmou que um soldado foi morto durante confronto na Faixa de Gaza. A morte é a primeira de um soldado israelense na ofensiva terrestre na Faixa de Gaza iniciada no sábado da semana passada. Segundo o Exército, o soldado morreu vítima de um ataque de morteiro na manhã de ontem, no norte de Gaza.

Os Estados Unidos bloquearam no final da noite de sábado a resolução do Conselho de Segurança (CS) da ONU que solicitava o imediato cessar-fogo em Gaza e expressava preocupação com a escalada de violência na região. Jean-Maurice Ripert, embaixador da França nas Nações Unidas e presidente do Conselho, afirmou que não houve consenso sobre a resolução, já que "fortes divergências" foram verificadas entre os 15 membros do colegiado.

O presidente palestino, Mahmud Abbas, disse que pedirá ao presidente da França, Nicolas Sarkozy, que faça pressões para que Israel encerre sua ofensiva. Os dois se reunirão hoje na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, pouco depois de Sarkozy chegar à região num esforço para fazer Israel suspender a ofensiva contra o território dominado pelo Hamas.

EUA

O vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, disse ontem que Israel não pediu a liberação ou aprovação dos EUA antes de atacar o Hamas por terra em Gaza. Cheney afirmou que os líderes israelenses provavelmente decidiram que uma campanha aérea não seria suficiente para destruir os locais de lançamento de foguetes do Hamas contra Israel.

A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, cancelou uma viagem que faria à China nesta semana para tratar da questão da ofensiva militar de Israel em Gaza.

Em Paris, milhares de manifestantes agitaram bandeiras israelenses e cantaram hinos hebreus ontem para demonstrar apoio a Israel. Cerca de 12 mil pessoas se reuniram numa rua próxima à embaixada israelense, segundo os organizadores, o CRIF, um grupo que reúne organizações de judeus franceses. Segundo a polícia, 4 mil pessoas participaram da manifestação depois que as autoridades proibiram a reunião em frente da embaixada.

No sábado, mais de 20 mil pessoas manifestaram apoio aos palestinos e condenaram a ofensiva de Israel à Faixa de Gaza. A França abriga uma das maiores comunidades de judeus e muçulmanos da Europa e a violência no Oriente Médio tem provocado tensões em bairros etnicamente mistos. Os manifestantes pró-palestinos queimaram bandeiras israelenses, incendiaram vários carros e quebraram vidros de lojas no Boulevard Hausmann, perto do L´Opera, de Paris.

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