O Tribunal de Paris absolveu nesta segunda-feira (17) a Airbus e Air France no caso do acidente ocorrido em 1º de junho de 2009 com o voo 447, entre Rio de Janeiro e Paris.
Na ocasião, o avião que fazia a rota, um Airbus A330-203 operado pela Air France, caiu no Oceânico Atlântico, o que causou a morte de seus 228 ocupantes, entre eles 58 brasileiros.
Ao final de uma investigação que durou 13 anos, as duas empresas acabaram no tribunal acusadas de homicídio involuntário em um dos acidentes aéreos mais fatais dos últimos 20 anos.
Após três meses de processo, no final de 2022, o Ministério Público francês havia alinhado sua contestação com a maior parte da tese das duas empresas, considerando ser "impossível provar" a culpa do acidente, o que enfureceu associações de vítimas, como a Ajuda Mútua e Solidariedade AF447.
A presidente do Tribunal, Sylvie Daunis, manteve a absolvição ao apontar, na leitura da sentença, que “não houve nexo seguro de causalidade entre as imprudências/negligências e o acidente”.
A chave do julgamento foi saber se o acidente foi devido à falta de preparo dos pilotos, o que seria atribuível à Air France; uma falha no dispositivo de medição de velocidade, que seria de responsabilidade da Airbus; ou se, como foi considerado durante a investigação, tudo se deveu à inexperiência dos pilotos, que faleceram no acidente.
Justamente o medidor de velocidade do avião, que falhou ao congelar em meio a uma tempestade no Atlântico, foi uma das chaves do processo.
Com este dispositivo obstruído, os pilotos perderam a orientação até caírem na água. O comandante do voo, o mais experiente da tripulação, dormia quando ocorreu o acidente.
A Airbus havia se defendido do mau funcionamento de sua aeronave, alegando que o modelo da sonda Pitot, da companhia francesa Thales e usada pelo avião, estava em fase de substituição pelo da Goodrich, de fabricação americana.
No acidente de 1º de junho de 2009, todas as 228 pessoas a bordo do avião (216 passageiros e 12 tripulantes) morreram, incluindo um bebê e sete crianças. As vítimas eram de 33 nacionalidades diferentes, sendo 73 francesas e 58 brasileiras.
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