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Muamar Kadafi aceitou um plano da União Africana (UA) para encerrar a guerra civil, mas os rebeldes disseram nesta segunda-feira que não pode haver acordo a menos que ele saia, e não houve sinais de diminuição dos combates.

Os rebeldes na cidade sitiada de Misrata, no oeste líbio, declararam à Reuters que as forças de Kadafi dispararam foguetes Grad russos na cidade, enquanto os insurgentes no leste se preparavam para avançar.

Jacob Zuma, presidente da África do Sul e chefe de uma missão de paz da UA, disse no início desta segunda que Kadafi aceitou um "mapa do caminho" da paz, incluindo um cessar-fogo, após conversas em Trípoli.

Um porta-voz do enclave rebelde de Benghazi disse que a oposição irá analisar o plano, mas que Kadafi precisa encerrar seu governo de 41 anos.

"O povo líbio deixou claro que Kadafi precisa sair, mas iremos considerar a proposta assim que tivermos maiores detalhes, e responder", afirmou o porta-voz Mustafa Gheriani à Reuters.

Autoridades líbias vêm repetindo que Kadafi não irá renunciar.

A delegação da UA foi a Benghazi para debater com os líderes rebeldes nesta segunda-feira e foi recebida por mais de mil manifestantes com cartazes dizendo: "Libertem-nos de Kadafi" e "Kadafi cometeu genocídio".

A Otan, que bombardeia equipamentos militares líbios sob um mandato da Organização das Nações Unidas para proteger civis, emitiu uma resposta evasiva ao apelo de Zuma para que os aliados interrompam os ataques aéreos "para dar uma chance ao cessar-fogo".

No fronte nos arredores da cidade rebelde de Ajdabiyah, no leste da Líbia, os insurgentes se preparavam para avançar rumo ao oeste após repelir um violento ataque do governo no domingo.

Eles enterraram os corpos carbonizados de soldados de Gaddafi mortos nos ataques aéreos nas imediações da cidade e disseram ter recebido ordens de esperar até o meio dia para avançar porque novos bombardeios da Otan eram esperados.

Gheriani demonstrou surpresa por Zuma não ter viajado a Benghazi com os quatro outros chefes de Estado africanos. Zuma disse que tinha assuntos urgentes em outro local.

A Otan, que denunciou ataques das forças líbias a áreas civis, declarou somente ter tomado nota da proposta da União Africana, e que sempre deixou claro não haver uma solução puramente militar à guerra civil.

O comunicado da Otan não fez menção ao pedido de Zuma pelo fim dos bombardeios.

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