O Kremlin afirmou nesta sexta-feira (8) que a disposição do ditador russo, Vladimir Putin, para dialogar com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, não representa uma mudança nos objetivos da invasão da Rússia em território ucraniano.
"O presidente (Putin) nunca disse que os objetivos da operação militar especial mudariam; pelo contrário, repetiu várias vezes que permanecem os mesmos", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em sua coletiva de imprensa diária.
Peskov afirmou que se trata de uma questão que diz respeito aos interesses de "segurança" da Rússia, dos russos que vivem ali e, portanto, Putin, no seu discurso desta quinta-feira (7) no Clube de Debate Valdai, não falou de uma mudança de objetivos, mas sim de que está aberto ao diálogo para solucionar o conflito.
"Putin falou muitas vezes sobre a disposição ao diálogo com todas as partes interessadas, com todos aqueles que podem contribuir para a resolução deste conflito. Isto é o que deve ser lembrado sem falta", acrescentou o porta-voz.
No seu discurso de ontem à noite, Putin felicitou Trump por sua vitória nas eleições e expressou sua disposição de conversar em breve com o futuro presidente americano, com quem realizou uma reunião de cúpula em Helsinque, em meados de 2018.
O ditador russo ressaltou ainda que Moscou está determinado a preparar o caminho para um “acordo de longo prazo” para que a Ucrânia se torne um “Estado independente e soberano”.
Porém, em seguida, declarou que a fronteira com a Ucrânia deve passar por onde decidem os cidadãos que residem no que chamou de “territórios históricos” russos, ou seja, as quatro regiões ucranianas já anexadas por Moscou (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhya).
No último mês de junho, Putin impôs como condição para a paz que a Ucrânia retirasse suas tropas de Donbass e do sul do país, e renunciasse aos planos de adesão à Otan, após o que o Kremlin anunciaria um cessar-fogo imediato e o início das negociações para o fim da guerra.
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