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Palestinos participam de protesto na fronteira de Rafah, entre a Faixa de Gaza e o Egito, pedindo mais medicamentos | Ibraheem Abu Mustafa/Reuters
Palestinos participam de protesto na fronteira de Rafah, entre a Faixa de Gaza e o Egito, pedindo mais medicamentos| Foto: Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

Ramallah - O presidente da Autoridade Na­­cional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, relativizou preocupações de que sua aliança recente com o grupo islâmico Hamas vai minar as negociações de paz com Israel e assegurou ontem que manterá o controle da política externa e o compromisso de resolver o conflito.

O Fatah, partido pró-Ocidente do presidente Abbas, e a facção política rival Hamas declararam na quarta-feira que chegaram a um acordo preliminar para acabar com uma briga de quatro anos que originou dois governos rivais palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

Israel e a comunidade internacional receberam com receio o plano de reconciliação que transformaria o Hamas em parceiro na coalizão do governo.

Abbas disse que, se o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu telefonasse para ele e pedisse prosseguimento das ne­­gociações de paz, "o faria imediatamente" se Israel interrompesse todas obras de assentamentos ju­­daicos nos territórios palestinos ocupados.

Apesar das promessas, o plano de unidade de Abbas reflete a in­­satisfação do presidente palestino em relação aos esforços de paz liderados pelos Estados Unidos, frustrados em setembro do ano passado, três semanas depois de apresentado, quando Israel encerrou o embargo às obras nas colônias judaicas construídas na Cisjordânia.

Abbas afirmou que não há como negociar a paz enquanto Israel constrói casas nos territórios ocupados reivindicados pelos palestinos e não fez segredo do seus descontentamento em relação à inabilidade de Washington para barrar os assentamentos. Is­­rael argumenta que a questão dos assentamentos deveria ser discutida em negociações em vez de ser uma precondição para elas.

A divisão entre a ANP de Abbas, na Cisjordânia, e o governo do Ha­­mas, na Faixa de Gaza, tem sido um grande obstáculo ao objetivo palestino de estabelecer um Es­­ta­­do independente nas duas regiões.

O novo plano estabelece que as facções formem um governo provisório para preparar eleições presidenciais e legislativas no próximo ano.

Mas a participação do Ha­­mas, grupo que no passado matou centenas de israelenses em atentados suicidas e outros ataques, levantou suspeitas de que Abbas teria desistido dos esforços de paz liderados pelos EUA com Israel.

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