Ramallah - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, relativizou preocupações de que sua aliança recente com o grupo islâmico Hamas vai minar as negociações de paz com Israel e assegurou ontem que manterá o controle da política externa e o compromisso de resolver o conflito.
O Fatah, partido pró-Ocidente do presidente Abbas, e a facção política rival Hamas declararam na quarta-feira que chegaram a um acordo preliminar para acabar com uma briga de quatro anos que originou dois governos rivais palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Israel e a comunidade internacional receberam com receio o plano de reconciliação que transformaria o Hamas em parceiro na coalizão do governo.
Abbas disse que, se o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu telefonasse para ele e pedisse prosseguimento das negociações de paz, "o faria imediatamente" se Israel interrompesse todas obras de assentamentos judaicos nos territórios palestinos ocupados.
Apesar das promessas, o plano de unidade de Abbas reflete a insatisfação do presidente palestino em relação aos esforços de paz liderados pelos Estados Unidos, frustrados em setembro do ano passado, três semanas depois de apresentado, quando Israel encerrou o embargo às obras nas colônias judaicas construídas na Cisjordânia.
Abbas afirmou que não há como negociar a paz enquanto Israel constrói casas nos territórios ocupados reivindicados pelos palestinos e não fez segredo do seus descontentamento em relação à inabilidade de Washington para barrar os assentamentos. Israel argumenta que a questão dos assentamentos deveria ser discutida em negociações em vez de ser uma precondição para elas.
A divisão entre a ANP de Abbas, na Cisjordânia, e o governo do Hamas, na Faixa de Gaza, tem sido um grande obstáculo ao objetivo palestino de estabelecer um Estado independente nas duas regiões.
O novo plano estabelece que as facções formem um governo provisório para preparar eleições presidenciais e legislativas no próximo ano.
Mas a participação do Hamas, grupo que no passado matou centenas de israelenses em atentados suicidas e outros ataques, levantou suspeitas de que Abbas teria desistido dos esforços de paz liderados pelos EUA com Israel.
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