Na véspera de assinar um compromisso de cooperação militar com o governo francês que inclui a compra de equipamentos de defesa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a reestruturação das Forças Armadas e disse que providências não foram tomadas antes por falta de dinheiro. A França venderá ao Brasil quatro submarinos e 51 helicópteros, segundo acordo a ser firmado nesta segunda-feira (22) com o presidente Nicolas Sarkozy, que chegou neste domingo ao País. Os dois contratos somarão US$ 2,7 bilhões.
Lula também defendeu o fortalecimento do Ministério da Defesa. "Um país que tem a dimensão que tem o Brasil, um país que acaba de descobrir reservas imensas de petróleo em águas profundas, um país que tem a Amazônia para defender tem que montar uma estratégia de defesa, não pensando em guerra, mas pensando em se defender mesmo, em garantir seu patrimônio, em garantir a tranqüilidade da sociedade brasileira", disse Lula no programa semanal de rádio "Café com o presidente".
A recuperação da indústria bélica e de tecnologia na área de defesa, "que está totalmente desmontada", também foi defendida por Lula. "É importante que um país que tem a capacidade tecnológica que tem o Brasil tenha uma indústria da defesa forte. Precisa ter Forças Armadas equipadas, preparadas, precisa ter um Ministério da Defesa que efetivamente seja um Ministério da Defesa", afirmou o presidente.
Ele lembrou que se trata da um plano de longo prazo e associou a necessidade de ampliação da defesa nacional ao desenvolvimento econômico do País. "A nossa economia vai crescer, o Brasil será cada vez mais importante e nós precisamos estar com as Forças Armadas preparadas à altura para enfrentar os desafios que se apresentarem", concluiu. No Orçamento para 2009 aprovado na semana passada pelo Congresso, o Ministério da Defesa teve dotação reduzida de R$ 52,2 bilhões para R$ 51,3 bilhões.