O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, pode ficar na embaixada brasileira em Tegucigalpa o quanto for necessário para a segurança dele, afirmou nesta sexta-feira (25) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista coletiva ao término do encontro do G-20, em Pittsburgh, nos Estados Unidos. Visivelmente irritado, Lula afirmou que ouve perguntas como se Zelaya fosse culpado, e os culpados fossem inocentes. "O que é anormal não é o Zelaya ter voltado. O anormal é o Micheletti (Roberto Micheletti, presidente interino de Honduras) ter ficado", disparou.
Lula se recusou a comentar as acusações do governo de facto de Honduras de que o Brasil estaria envolvido com o retorno de Zelaya a Tegucigalpa. "Até por respeito a mim, eu não vou comentar uma cretinice dita por um golpista. Não vou comentar", afirmou.
O presidente observa que o Brasil já viveu a situação de golpe de Estado, bem como "muitos lugares" na América Latina. "Se a extrema de um país resolve chegar ao poder pela via fácil, dando o golpe, a democracia corre sério risco". O presidente continuou dizendo que com golpista não há meia palavra. "É golpista. Usurpou o poder, tirou um presidente legitimamente eleito pelas vias democráticas, o largou em outro país, e é normal que um presidente queira voltar para seu (próprio) país", acrescentou.
O Brasil quer que Honduras retorne à normalidade, com o cargo devolvido ao presidente Manuel Zelaya, completou Lula. Depois que Zelaya for reintegrado ao cargo, então as eleições seriam convocadas em Honduras. "Ganha quem ganhar e, então, toma posse, e Honduras volta à normalidade", reiterou. Este desejo, ponderou Lula, é o desejo de todos os outros países. "Só quem não quer é o golpista", disse. "Se as eleições forem convocadas pelo golpista nós iremos manter as mesmas restrições que mantemos ao golpista", avisou.
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