O presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou neste sábado (21) os membros do novo governo, a maioria de direita, propostos pelo primeiro-ministro, o conservador Michel Barnier, dois meses e meio após as eleições convocadas antecipadamente.
Uma das principais peças do novo governo que simbolizam essa mudança ideológica para a direita é o ministro do Interior, Bruno Retailleau, até então chefe no Senado do partido Os Republicanos (de Barnier), conhecido por suas posições particularmente duras em relação à imigração.
Entre os nomes que o secretário-geral do Palácio do Eliseu, Alexis Kohler, revelou quando anunciou a lista, há um único representante da esquerda, Didier Migaud, que foi deputado socialista por quase 22 anos, nomeado para o Ministério da Justiça.
Migaud era, até então, o chefe da Alta Autoridade para Transparência da Política, um órgão encarregado de supervisionar a probidade das pessoas em cargos públicos e, do ponto de vista hierárquico, ele estará logo abaixo de Barnier.
Nos dois ministérios com competências de soberania e nos quais Macron, como chefe de Estado, continuará a ter muito a dizer, há dois homens conhecidos por sua proximidade com ele.
Sébastien Lécornu estará de volta à Defesa, enquanto Jean-Noël Barrot será o responsável pelas Relações Exteriores, uma promoção para esse homem que saiu de uma família de políticos e que foi responsável pelos Assuntos Europeus no governo anterior.
Há também vários outros nomes que serão repetidos no novo governo, como a chefe da Cultura, Rachida Dati; Catherine Vautrin, que passará do Trabalho para a pasta de Relações com os Territórios e Descentralização; e Agnès Pannier Runacher, que será promovida a ministra da Transição Ecológica.
Geneviève Darrieussecq, que no governo anterior era ministra delegada para Ex-Combatentes, do Departamento de Defesa, agora está encarregada da Saúde. O chefe da pasta de Economia, Finanças e Indústria será um jovem macronista de 33 anos que até agora era deputado, Antoine Armand.
Não menos relevante em um momento crítico para as finanças públicas francesas e apenas alguns dias antes da apresentação do orçamento de 2025 será a figura do novo ministro da Fazenda, Laurent Saint Martin, que estará organicamente ligado ao gabinete do primeiro-ministro, o que diz muito sobre a disposição de Barnier de supervisionar seu trabalho de perto.
Laurence Garnier, que apareceu em uma lista que circulou na quinta-feira como a nova ministra da Família, gerando polêmica por causa de suas posições anteriores contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e contra a constitucionalização do aborto, finalmente entrou para o governo, mas em um cargo relativamente menor, como secretária de Estado de Consumo.
Kohler disse que o primeiro conselho de ministros do novo gabinete será realizado na próxima segunda-feira, às 15h locais (10h em Brasília).
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