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Venezuela

María Corina rejeita oferta de Lula de mediação Trump-Maduro: “Nunca seria aceito pelos venezuelanos”

A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, recebeu o Nobel da Paz em 2025
A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, recebeu o Nobel da Paz em 2025 (Foto: RONALD PEÑA R/EFE)

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A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, rejeitou a oferta do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de intermediar a disputa entre o ditador Nicolás Maduro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O petista fez a proposta durante a reunião com o mandatário americano na Malásia, no domingo (26), em meio às tensões entre Caracas e Washington devido à operação militar dos EUA contra o narcotráfico no Mar do Caribe, perto da costa da Venezuela, e no Oceano Pacífico.

Em entrevista publicada pelo jornal O Globo nesta quinta-feira (30), María Corina, que este mês recebeu o Nobel da Paz pela sua luta pela volta da democracia na Venezuela, rechaçou a ideia.

“Algo assim nunca seria aceito pelos cidadãos venezuelanos”, afirmou. Ela lembrou que Lula não reconheceu a vitória do oposicionista Edmundo González na eleição presidencial venezuelana de 2024 – que o chavismo fraudou para manter Maduro no poder.

“O presidente Lula, como todos os governos do mundo, sabe que Maduro foi derrotado. A pergunta [para Lula] é: os venezuelanos somos cidadãos de segunda classe, não temos direito a escolher, e a que nossa vontade seja respeitada?”, disse a líder oposicionista, que enfatizou que qualquer negociação com Maduro deve ter como ponto de partida a admissão da derrota do ditador na eleição do ano passado.

“Todo o resto é inaceitável, e definitivamente inaceitável se vem de um mandatário que diz ser democrático [em referência a Lula]”, afirmou María Corina.

Na entrevista, ela também acusou os governos do Brasil e da Colômbia, ao cobrarem a divulgação das atas de votação de 2024 (demanda nunca atendida pelo chavismo), de terem dado tempo a Maduro para “realizar uma das piores escaladas de violência no país”, desde julho do ano passado, quando a eleição foi realizada.

“Maduro deve entender que, pelo seu próprio bem, sua melhor opção é facilitar uma transição pacífica. O ponto de partida é a saída de Maduro”, afirmou María Corina.

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