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Jean-Luc Mélenchon, líder do extremista LFI, acusou o Partido Socialista, colega de coalizão na França, de querer “impor” um nome para premiê
Jean-Luc Mélenchon, líder do extremista LFI, acusou o Partido Socialista, colega de coalizão na França, de querer “impor” um nome para premiê| Foto: EFE/EPA/ANDRE PAIN

O partido A França Insubmissa (LFI, na sigla em francês) anunciou nesta segunda-feira (15) a suspensão das discussões com as demais legendas de esquerda do país para chegar a um acordo sobre um candidato único a primeiro-ministro em nome da coligação Nova Frente Popular (NFP), que foi a força mais votada nas eleições para formar uma nova Assembleia Nacional.

“De momento, não participaremos em nenhum outro debate sobre a formação de um governo”, afirmou o grupo fundado por Jean-Luc Mélenchon, que acusa o Partido Socialista Francês – membro da NFP juntamente com os ecologistas e os comunistas - de “bloqueio político”.

Este “impasse” causado pelos socialistas, segundo afirmou a LFI, não será resolvido com a “improvisação de uma candidatura externa”, como tinha proposto nesta segunda-feira o primeiro secretário socialista, Olivier Faure, em entrevista à emissora pública France Info.

A LFI acusa a direção socialista de querer “impor” sua própria candidatura à NFP, argumentando que “será a única aceitável” para o presidente Emmanuel Macron, que é quem tem o poder de nomear o primeiro-ministro, embora este possa posteriormente ser derrubado pela Assembleia Nacional com uma moção de censura se não tiver apoio suficiente.

O partido de Mélenchon exemplificou este bloqueio com a rejeição socialista à candidatura a primeira-ministra de Huguette Bello, presidente do conselho regional da Ilha da Reunião, que tinha sido proposta pelos comunistas e respaldada pela LFI.

Além disso, recordaram que propuseram quatro nomes de destaque da legenda (entre eles o do próprio Mélenchon), que também não foram aceitos.

O último grande obstáculo nas complicadas negociações internas da esquerda, que continuam desde o anúncio dos resultados em 7 de julho, foi a designação de um candidato único à presidência da nova Assembleia Nacional, que iniciará a nova legislatura na próxima quinta-feira.

“Chega de manipulações. A nossa decisão é esta: exigimos uma candidatura única à presidência da Assembleia Nacional e não retomaremos os debates sobre mais nada até que isto seja resolvido”, declarou Mélenchon na rede social X.

Os apelos de alguns membros do socialismo, como o deputado Philippe Brun, “para substituir a Nova Frente Popular por outra coligação com setores do macronismo”, também não foram bem recebidos pelo lado da LFI.

“Não voltaremos a isso [em referência às negociações para chegar a um governo] até que o Partido Socialista tenha renunciado a vetar qualquer candidatura que não seja a sua, tenha afirmado sua rejeição de qualquer tipo de acordo com o lado macronista e tenha confirmado sua disposição de aplicar o programa da Nova Frente Popular”, disse a LFI em seu comunicado.

A partir do momento em que foram conhecidos os resultados inesperados do segundo turno das eleições legislativas antecipadas, a NFP concordou em exigir de Macron que o próximo primeiro-ministro venha da esquerda, uma vez que a coligação será a primeira força na Assembleia em número de cadeiras, embora muito longe da maioria absoluta de 289 deputados.

No total, a NFP somou cerca de 195 assentos juntamente com os seus parceiros, enquanto o macronismo obteve 163 e a direita nacionalista de Marine Le Pen, que começou como favorita, outros 143.

Macron, por sua vez, declarou que esperará até que os partidos consigam construir uma maioria sólida que garanta a governabilidade, algo que neste momento parece muito distante.

Enquanto se espera que isso aconteça, a expectativa é que o atual governo liderado por Gabriel Attal confirme a sua demissão antes do dia 18, data de início das sessões da nova Assembleia.

Conteúdo editado por:Fábio Galão
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