A meta voluntária de redução de emissões de gases de efeito estufa que será apresentada pelo Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP-15), em dezembro, em Copenhague (Dinamarca), vai exigir muito trabalho para ser alcançada, afirmou o coordenador setorial de desenvolvimento sustentável do Banco Mundial no Brasil, Mark Lundell. "Diminuir a intensidade das emissões é um desafio difícil, mas factível", afirmou ele, ao comentar a proposta brasileira.
Durante a conferência, o País deve se comprometer a emitir entre 36,1% a 38,9% de suas emissões até 2020. Lundell avalia que será preciso intensificar as ações, por exemplo, para assegurar a tendência de redução do desmatamento na Amazônia recentemente constatada. Um esforço ainda maior será preciso para garantir a redução das emissões em áreas onde o Brasil já apresenta um bom desempenho. É o caso, por exemplo, da energia: o País possui um modelo de produção limpa, tem atuação de ponta na área de biodiesel e etanol.
Para atingir essas metas, o País precisa atrair investimentos significativos - a expectativa é de que a demanda seja de US$ 15 bilhões anuais. Uma cifra que Lundell considera razoável. Ele afirmou que há linhas de financiamento disponíveis do Banco Mundial, das quais o Brasil pode se beneficiar, como o Fundo de Parcerias de Carbono de Florestas.
As declarações foram dadas durante a apresentação no Brasil do Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial de 2010: Desenvolvimento e Mudança Climática. Marianne Fay, coordenadora do trabalho, afirmou que serão necessários entre US$ 75 bilhões a R$ 100 bilhões anuais para ações de adaptação - dos quais US$ 20 bilhões seriam destinados para a América Latina. Além disso, seria preciso entre US$ 140 bilhões a US$ 175 bilhões anuais para ações de mitigação. "Agora vem o processo político para se estabelecer as fontes de financiamento", observou Marianne.
Ela avaliou, no entanto, que o ideal é que haja um esforço conjunto: com fontes públicas, privadas e de mercado de carbono. Marianne enfatizou a mensagem dada pelo relatório: não há tempo a perder. É preciso atuar juntos e de formas diferenciadas para se reduzir a velocidade do aquecimento global. O trabalho calcula que mudanças climáticas poderiam acarretar uma redução de 1% do PIB ao ano, em países desenvolvidos. Na África, o efeito seria ainda mais devastador: 4% a 5% do PIB. "Não há cálculos específicos para o Brasil, mas ele seria também altamente vulnerável, sobretudo pelo peso que a agricultura exerce na economia do País."
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