O presidente de facto (expressão da diplomacia para designar o governo golpista) de Honduras, Roberto Micheletti, está confiante de que os Estados Unidos irão reconhecer a eleição presidencial do dia 29 e ajudarão seu país a sair do isolamento internacional que lhe foi imposto por causa do golpe de Estado de 28 de junho.
Contrários ao golpe, vários países latino-americanos prometeram não reconhecer o presidente que for eleito no próximo domingo, a não ser que o Congresso autorize o presidente deposto Manuel Zelaya a voltar ao poder para completar seu mandato. Micheletti disse, no entanto, que o apoio dos EUA poderia estimular outros governos a fazerem o mesmo.
"O Panamá já disse que nos reconhece. Os Estados Unidos irão nos reconhecer. Dois países que são importantes para nós: um próximo na região; o outro, o país mais poderoso do mundo", disse Micheletti na segunda-feira no palácio presidencial.
Washington, que condenou o golpe que colocou Micheletti no governo, até agora não se pronunciou sobre a validade da eleição, mas sugeriu que apoiaria o resultado.
Apesar da grave crise política desencadeada pelo golpe e da perda da ajuda econômica vinda de alguns países - inclusive dos EUA - Micheletti disse que "não houve erros no processo" e que não teria feito nada diferente.
Para não interferir na eleição, ele pretende se afastar do cargo entre quarta-feira e 2 de dezembro, e promete respeitar uma eventual decisão do Congresso de permitir a volta de Zelaya ao poder, embora ache que "isso não vai acontecer".
Caso o Congresso se manifeste contra a restituição de Zelaya, então Micheletti pretende permanecer no cargo até a posse do novo presidente, em 27 de janeiro.
Zelaya foi deposto por militares com apoio do Congresso e da Suprema Corte que o acusam de tentar mudar a Constituição ao buscar promover um plebiscito que mudasse os limites do mandato presidencial. Após voltar clandestinamente do exílio, ele está há dois meses refugiado na embaixada brasileira, e conclama seus seguidores a boicotarem a eleição convocada por Micheletti.
Já o presidente de facto insiste que seu antecessor será preso se deixar a embaixada. "Todo mundo que comete um crime tem de pagar", disse. "Se ele estiver preparado para sair de lá e mostrar seu rosto no tribunal, eu consideraria que essa é a coisa certa a fazer."
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