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Em uma reunião a portas fechadas da cúpula do Mercosul, realizada neste sábado (20), o presidente da Argentina, Javier Milei, rompeu com o discurso predominante no bloco ao defender a pressão dos Estados Unidos sobre a Venezuela. Alinhado ao governo de Donald Trump, Milei sugeriu que os países do Mercosul acompanhem a estratégia norte-americana, segundo relatos de participantes do encontro.
A posição contrastou diretamente com a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que usou sua intervenção para alertar sobre os riscos da escalada militar na América do Sul. Lula criticou a presença de forças estrangeiras na região e afirmou que o continente volta a conviver com ameaças externas décadas após o fim da Guerra das Malvinas.
Lula aponta risco global no Mercosul e tenta frear escalada entre EUA e Caracas
Ao aprofundar o alerta, o presidente brasileiro disse que o direito internacional enfrenta um momento de teste. Ele classificou uma eventual ação armada na Venezuela como um cenário de alto risco. Para Lula, uma intervenção poderia desencadear uma crise humanitária de grandes proporções e abrir um precedente perigoso no cenário global.
Diante da possibilidade de uma ofensiva militar entre EUA e Venezuela, Lula tem buscado assumir um papel de interlocutor. No início de dezembro, conversou por telefone tanto com Trump quanto com Nicolás Maduro. Ele defendeu esforços diplomáticos para evitar que o impasse evolua para um conflito armado.
Antes das falas, Lula havia recomendado intervenções de até dez minutos, mas garantiu que não interromperia ninguém. Ele ironizou o recente apagão em São Paulo ao comentar que só não poderia faltar energia durante a reunião.




