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Militares líbios ocupam Benghazi após protestos

O Exército foi mobilizado nesta sexta-feira nas ruas de Benghazi, segunda maior cidade da Líbia, onde milhares de pessoas protestaram durante a madrugada por causa da morte de 20 manifestantes pelas forças de segurança.

A entidade norte-americana Human Rights Watch disse que, segundo suas fontes no país, pelo menos 24 pessoas foram mortas na repressão de quarta e quinta-feira a protestos contra o regime de Muamar Kadafi, no poder desde 1969.

Um morador da rua Nasser, a principal de Benghazi, disse à Reuters na manhã desta sexta-feira que a cidade estava calma, sem manifestações. "Ontem à noite foi muito duro, havia muita gente na rua, milhares de pessoas. Vi soldados na rua", relatou. "Ouvi tiros, vi uma pessoa cair, mas não tenho número de vítimas."

Outra testemunha disse à rádio BBC que os médicos contaram dez cadáveres depois dos confrontos em Benghazi, que fica a cerca de mil quilômetros de Trípoli, a capital.

Outro morador da cidade afirmou à Reuters que teve contato com pessoas na vizinha localidade de Bayda, e que "o confronto entre manifestantes e seguidores de Kadafi continua, alguns policiais se irritaram, e há muitos mortos"

Fontes locais haviam dito anteriormente à Reuters que pelo menos cinco pessoas foram mortas em Bayda.

O morador declarou também que o empresário Saadi Kadafi, filho do ditador, falou na rádio local que iria a Benghazi assumir o cargo de prefeito e proteger a população. Saadi Kadafi detém uma alta patente militar e chegou a jogar futebol profissionalmente na Itália.

Uma fonte oficial em Benghazi disse, pedindo anonimato, que os confrontos durante a noite ocorreram na região da ponte Giuliana. "Tudo agora está sob controle. As forças de segurança estão em toda a cidade, e Benghazi está controlada por Saadi", disse a fonte.

Os manifestantes mortos devem ser enterrados na sexta-feira em Benghazi e Bayda, o que pode catalisar novos protestos.

Na quinta-feira, houve mortes em várias cidades da região depois de a oposição convocar um "Dia de Fúria" contra Kadafi, inspirado nas recentes revoluções que derrubaram ditadores nos vizinhos Egito e Tunísia.

Protestos como esse são raros na Líbia, e o rígido controle sobre a imprensa e as telecomunicações dificulta avaliar a extensão do movimento e da repressão. Na sexta-feira, relatos não confirmados em redes sociais davam conta de até 50 mortos. As autoridades não se manifestaram oficialmente.

A oposição reivindica liberdades políticas, respeito aos direitos humanos e o fim da corrupção. Kadafi costuma dizer que os líbios vivem numa verdadeira democracia.

Analistas consideram que o regime líbio tem possibilidade de usar os dividendos do petróleo para aplacar descontentamentos sociais e reduzir as chances de que o país tenha uma revolução como a egípcia.

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