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Estudo

Mudança na transmissão do ebola é improvável

Sabe-se que o vírus sofre mudanças constantes em seu material genético, contudo, elas parecem não ter causado nenhuma alteração significativa até agora

Americanos estão preocupados com os casos de ebola no país. Na faixa, "parem os voos" | REUTERS/Jim Bourg
Americanos estão preocupados com os casos de ebola no país. Na faixa, "parem os voos" (Foto: REUTERS/Jim Bourg)

A notícia de que duas enfermeiras em Dallas foram infectadas pelo ebola, apesar de terem usado equipamento de proteção, provocou temores de que o vírus pudesse ter sofrido mutações, como, por exemplo, ter se tornado transmissível pelo ar.

Sabe-se que o vírus sofre mudanças constantes em seu material genético, contudo, elas parecem não ter causado nenhuma alteração significativa até agora. Os cientistas estão confiantes de que o ebola ainda não adquiriu a capacidade de ser transmitido por via aérea e que isso dificilmente ocorrerá.

Ian Jones, professor de virologia da Universidade de Reading no Reino Unido, diz que o vírus do ebola é mais ou menos o mesmo desde que foi descoberto em 1976. Segundo ele, não se sabe de nenhum vírus humano cuja forma de transmissão tenha mudado. A febre amarela e o HIV, transmitidos por mosquitos e por fluidos corporais, respectivamente, mantiveram inalteradas as formas de contágio.

A forma de transmissão do ebola também não mudou. Continua sendo resultado de contato físico direto com fluidos corporais do doente, especialmente sangue, fezes e vômito. Apesar de baixo, existe o risco de contágio por meio de superfícies e objetos contaminados já que o vírus sobrevive em superfícies secas, como maçanetas, por várias horas.

Alguns estudos isolaram o vírus da saliva de pacientes em estágio grave da doença, o que sugere que ela pode ser passada por tosse ou espirro. Segundo uma enquete publicada pela Escola de Saúde Pública de Harvard, 85% dos entrevistados disseram acreditar que o ebola poderia ser transmitido pela tosse ou espirros de uma pessoa doente.

No entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que a doença não causa tosse ou espirro e que isso não equivaleria à contaminação por via aérea. Em teoria, é possível que haja contaminação caso a saliva de um doente atinja a mucosa ou cortes abertos de uma pessoa saudável. Contudo, o vírus não resistiria a grandes distâncias, o que o faz diferente daqueles que são, de fato, transmissíveis pelo ar.

A OMS informa que não existe nenhuma pesquisa que comprove a transmissão por espirro ou tosse. E também é enfática ao afirmar que não há possibilidade de contágio pelo ar. Em um comunicado no começo do mês, a agência disse que "os boatos de que o ebola poderia mudar para uma forma facilmente transmissível pelo ar são somente especulação, sem fundamento em evidências".

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