A ativista e jornalista iraniana Narges Mohammadi foi a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2023 por sua luta pelos direitos das mulheres no Irã, segundo anunciou nesta sexta-feira (6) o Comitê Norueguês da premiação, com sede em Oslo.
O prêmio reconhece Mohammadi, que cumpre uma pena de 16 anos em uma prisão de Teerã, “por sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e por promover os direitos humanos e a liberdade para todos”.
O comitê norueguês afirmou que o Nobel também reconhece “as milhares de pessoas que se manifestaram contra o regime de repressão e discriminação que tem como alvo as mulheres no Irã”.
A ativista foi uma das lideranças dos protestos no ano passado no país após a morte de Mahsa Amini, a jovem de 22 anos que morreu após uma detenção pela polícia de Teerã, sob a acusação de não usar véu, chamado no Irã de hijab.
A “luta corajosa” de Mohammadi, disse o comitê, “teve enormes custos pessoais. O regime iraniano a prendeu 13 vezes, a condenou cinco vezes e a sentenciou a um total de 31 anos de prisão e 154 chibatadas”.
A jornalista já havia recebido neste ano o Prêmio Guillermo Cano para a Liberdade de Imprensa da UNESCO e no ano passado foi reconhecida com o Prêmio à Coragem da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
Ela trabalhou durante anos para diversas organizações relacionadas aos Direitos Humanos, também é vice-diretora da ONG Centro para Defensores dos Direitos Humanos em Teerã.
Mesmo em cumprimento de sentença, Mohammadi tem relatado a situação “lamentável” dos prisioneiros no Irã, por meio de dezenas de artigos em seu cárcere.
O Nobel da Paz é o quinto prêmio anunciado até agora, depois da divulgação de Medicina, Física, Química e Literatura. (Com agência EFE)
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