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Inimigos

Obama promete destruir os radicais do Estado Islâmico onde quer que estejam

Para Obama, os integrantes do Estado Islâmico “são únicos na brutalidade: matam prisioneiros e crianças, escravizam e estupram mulheres” e eles “podem ameaçar a América” | Saul Loeb/Reuters
Para Obama, os integrantes do Estado Islâmico “são únicos na brutalidade: matam prisioneiros e crianças, escravizam e estupram mulheres” e eles “podem ameaçar a América” (Foto: Saul Loeb/Reuters)

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não hesitará em atacar os militantes do Estado Islâmico (EI) em território sírio. "Quem ameaça a América não terá abrigo seguro", afirmou Obama ontem em discurso aos americanos.

"Deixo claro que vamos caçar terroristas que ameaçam o nosso país onde quer que estejam", disse o presidente. "Isso significa que não hesitarei em tomar medidas contra o EI na Síria, assim como no Iraque."

Obama prometeu enfrentar os radicais islâmicos "com força e determinação", enaltecendo a liderança americana em várias crises mundiais — como a epidemia do ebola na África Ocidental e a disputa territorial no leste da Ucrânia. Agora, mais 475 militares americanos serão enviados ao Oriente Médio para dar apoio ao exército iraquiano e às forças que resistem ao avanço do EI.

O discurso de ontem encerrou três anos de hesitação do presidente Obama, que se mostrou determinado a conduzir uma operação militar em território sírio, tendo como alvo não o ditador Bashar al-Assad, como chegou a anunciar em setembro de 2013, mas o EI.

A estratégia para "degradar" e, em última instância, "destruir" o grupo jihadista incluiria ataques aéreos nas células que operam em vastas regiões isoladas da Síria, além de treinamento e armamento da oposição rebelde do país.

A Casa Branca pediu autorização ao Congresso para o envio de instrutores e equipamentos e a formação de um fundo de US$ 500 milhões (R$ 1,45 bilhão) para bancar a ofensiva, que poderia receber recursos de aliados americanos.

"Hoje, com um novo governo iraquiano local, e após consultas com os aliados no exterior e no Congresso americano, posso anunciar que os EUA irão liderar uma ampla coalizão para reverter a ameaça terrorista", disse o presidente. "Mas quero que o povo americano entenda como esse esforço será diferente das guerras no Iraque e no Afeganistão. Não irá envolver tropas de combate americanos lutando em solo estrangeiro."

A campanha aérea na Síria vai reforçar os mais de 150 ataques contra o EI realizados pelos EUA no norte iraquiano, que serão expandidos para qualquer área na qual a organização esteja presente.

O treinamento e o armamento serão estendidos a forças no Iraque comprometidas com a destruição do grupo fundamentalista, o que inclui militares do governo de Bagdá, do Curdistão autônomo e outras milícias consideradas aliadas na empreitada.

A estratégia passa, ainda, pela formação de uma coalizão no Oriente Médio e na Europa, que deverá ser formada pelo secretário de Estado John Kerry, que está em Bagdá.

Ao falar sobre o EI, Obama disse que o grupo não é islâmico. "Nenhuma religião endossaria assassinatos", disse. "Ele é uma organização terrorista, simples assim." O presidente disse ainda que os radicais islâmicos são "únicos na brutalidade".

França A França afirmou ontem que participará das operações militares aéreas contra os militantes do Estado Islâmico no Iraque se for necessário, mas acrescentou que qualquer ação que adotar contra o grupo na Síria precisaria de uma "abordagem diferente". "No Iraque, participaremos da ação aérea militar se necessário. A situação na Síria é diferente", afirmou o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, em discurso no instituto de ciências sociais e políticas Sciences Po, em Paris.

Apoio

O presidente Barack Obama ligou ontem para o líder da Arábia Saudita, rei Abdullah bin Abdulaziz, e conversou com ele sobre a necessidade de ampliar o treinamento e o envio de equipamentos para a oposição moderada síria, que poderia combater os militantes do Estado Islâmico. Segundo declaração publicada pela Casa Branca, eles compartilharam suas preocupações com o avanço do grupo extremista no norte do Iraque e na Síria, onde já tomaram o controle de diversas cidades.

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