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Maiores manifestações por democracia na ilha em décadas, em julho do ano passado, foram respondidas com prisões em massa e julgamentos arbitrários
Maiores manifestações por democracia na ilha em décadas, em julho do ano passado, foram respondidas com prisões em massa e julgamentos arbitrários| Foto: EFE/Ernesto Mastrascusa

A repressão atual em Cuba atingiu níveis apenas comparáveis aos do início do atual regime e da Crise dos Mísseis, seis décadas atrás, segundo denunciou nesta segunda-feira (24) o Centro por uma Cuba Livre (CCL) em um relatório atualizado sobre as violações de direitos humanos após os protestos do último mês de julho.

O relatório acompanha um comunicado em que a organização não governamental sediada nos Estados Unidos pede a libertação de todos os presos políticos e o fim dos julgamentos por acusações falsas, como os que estão sendo realizados em Matanzas contra Félix Navarro Rodríguez, sua filha, Sayli Navarro Álvarez, e outros opositores.

“Estes não são apenas julgamentos, mas parte de uma campanha de terror do governo cubano para silenciar a dissidência em Cuba. Peço a libertação imediata e incondicional de todos os presos políticos cubanos e o fim desses procedimentos falsos”, disse John Suarez, diretor-executivo do CCL.

No comunicado, o CCL destaca o depoimento de Iliana Cedeño Ávila, ativista de direitos humanos e irmã do preso político José Ángel Cedeño Ávila, detido em 11 de julho e julgado no final de dezembro, mas para quem o tribunal ainda não pronunciou uma sentença, o que tem “desesperado” seus parentes.

Segundo sua irmã, que pede ajuda à comunidade internacional, Cedeño Ávila foi brutalmente espancado após ser detido e tem marcas desses golpes e bactérias na pele, razão pela qual está no hospital penitenciário da cidade de Boniato.

O CCL indica no relatório que, durante o período entre julho e dezembro de 2021, houve cerca de 5 mil detenções de manifestantes, quase cinco vezes mais do que os cálculos que foram feitos com base em “relatórios parciais e com informações incompletas”.

Esses cálculos colocam o número de detidos em cerca de 1,3 mil, dos quais cerca de 800 ainda estariam presos ou aguardando julgamento.

O Centro para uma Cuba Livre considera que é “um número muito inferior ao real” e adverte que “ainda são desconhecidas as condições de muitos detidos devido à repressão contra seus familiares, o que os impede de falar e fornecer informações” e “ainda há julgamentos a serem realizados e condenações a serem confirmadas”.

Além disso, lembra que a “comunidade internacional que na época levantou sua voz em favor do povo cubano no momento da imposição comunista na ilha tem a obrigação de fazer o mesmo agora”.

O diretor-executivo do CCL é um dos mais de 200 defensores dos direitos humanos, líderes religiosos, escritores, artistas, intelectuais, jornalistas, empresários, ex-diplomatas, acadêmicos e ativistas que fizeram um apelo tanto a autoridades cubanas quanto a democracias do mundo e líderes civis, religiosos e políticos.

O apelo pede o fim da repressão em Cuba, a eliminação das restrições à distribuição de ajuda humanitária, a entrada da Cruz Vermelha nas prisões cubanas e a libertação de todos os presos políticos.

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