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Observatório Sírio de Direitos Humanos

“Matadouro humano”: quase 60 mil prisioneiros morreram sob tortura na Síria, diz ONG

Algemas penduradas em canos na 'Filial 322' da Segurança do Estado em Aleppo, Síria, 17 de dezembro de 2024, depois que as forças da oposição derrubaram o presidente Bashar al-Assad.
Algemas penduradas em canos na "Filial 322" da Segurança do Estado em Aleppo, Síria, 17 de dezembro de 2024, depois que as forças da oposição derrubaram o presidente Bashar al-Assad. (Foto: BILAL AL ​​​​HAMMOUD /EFE/EPA)

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O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) afirmou neste domingo (29), por meio de nota, ter acesso a documentos que comprovam a morte de um total de 59.725 pessoas sob tortura e maus-tratos nas prisões do regime de Bashar al-Assad, desde o início da revolução no país, em 2011.

A ONG afirmou em um comunicado que, destas pessoas, ao menos 10.885 casos foram identificados oficialmente após a derrubada do regime de Assad, há três semanas.

“Com a queda do regime, apareceram documentos deixados por seus serviços de segurança que revelam o martírio de 10.885 detidos, número que o observatório conseguiu documentar oficialmente, mas a realidade indica que os números reais são muito superiores”, refere a nota.

Segundo o documento, essas prisões eram consideradas como “um verdadeiro pesadelo, pois os detidos enfrentavam as mais horrendas formas de tortura física e psicológica, desde espancamentos brutais, choques elétricos, arrancamento de unhas até à privação de comida e sono”.

Prisão de Sednaya

A prisão de Sednaya, nos arredores de Damasco, foi a considerada mais violenta, “chamada de ‘matadouro humano’, pois ali a morte não era uma possibilidade, mas sim um destino quase inevitável, e os detidos testemunharam execuções em massa e tortura sistemática que ceifou a vida de milhares de pessoas".

“As imagens que surgiram desta prisão após a queda do regime e a fuga de Bashar al-Assad (para a Rússia) em 8 de dezembro mostraram cenas de corpos desfigurados pela tortura, como testemunho do horror dos crimes cometidos”, acrescentou.

A ONG apelou à comunidade internacional para "adotar medidas urgentes e concretas para garantir que os autores de torturas e assassinatos sob tortura (...) sejam responsabilizados. Estes julgamentos devem ser realizados em território sírio e sob a supervisão de organizações internacionais independentes". 

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