A Rússia foi questionada nesta quinta-feira pela Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) por causa do assassinato de jornalistas e ativistas, da independência do seu Judiciário e de desaparecimentos durante as campanhas de contraterrorismo na Chechênia.
O vice-ministro da Justiça, Georgy Matyushkin, comandou uma delegação de 24 integrantes que foi à comissão defender o histórico russo nesse campo. O debate prossegue na sexta-feira.
Na quarta-feira, em visita a Moscou, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, pediu à Rússia que impeça ataques a ativistas que contestam o governo.
Durante o debate desta quinta-feira, Ruth Wedgwood, especialista norte-americana no painel da ONU, disse que "o perigo físico às pessoas que se manifestam sobre direitos humanos na Rússia ainda é chocante." "Pessoas que são jornalistas ou ativistas dos direitos humanos parecem ter uma altíssima taxa de mortalidade."
Wedgwood citou os assassinatos não resolvidos das jornalistas Anna Politkovskaya e Anastasia Baburova, ambas do jornal Novaya Gazeta, do editor da Forbes Rússia, Paul Klebnikov, e da ativista de direitos humanos Natalia Estemirova.
Politkovskaya, 48 anos, mãe de dois filhos, foi morta quando entrava em casa, em Moscou, em 7 de outubro de 2006. Na semana passada, sua família manifestou dúvidas sobre a culpa de dois homens acusados de envolvimento no crime, e sobre a disposição do Kremlin de punir os principais suspeitos.
"Acho que o passado ainda paira fortemente sobre a sociedade. As coisas do passado podem ditar o tom da falta de lei, que é muito dura de conter", acrescentou Wedgwood, professora de direito internacional na Universidade Johns Hopkins, em Washington.
Os membros da comissão também manifestaram preocupação sobre a eficácia das investigações criminais na Rússia, sobre a discriminação contra homossexuais no local de trabalho, invasões policiais em boates gays e o discurso de ódio por alguns funcionários públicos.
A comissão da ONU, composta por 18 especialistas independentes, está examinando a adesão de cinco países, inclusive a Rússia, a um tratado internacional sobre direitos civis e políticos. Suas conclusões serão divulgadas no fim de sua sessão de três semanas, em 30 de outubro.
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