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Crise árabe

Otan assumirá ofensiva na Líbia

Simpatizantes do regime líbio protestam durante funeral de civis que morreram em bombardeios da coalizão internacional | Ahmed Jadallah/Reuters
Simpatizantes do regime líbio protestam durante funeral de civis que morreram em bombardeios da coalizão internacional (Foto: Ahmed Jadallah/Reuters)

São Paulo - Os membros da Otan disseram ontem ter chegado a acordo para que o comando das ações na Líbia, hoje responsabilidade dos EUA, seja transferido à aliança militar ocidental em poucos dias.

O acordo, "99% fechado", se­­gundo diplomatas, atende sobretudo ao interesse dos EUA, que temem se comprometer em conflito cujo tempo de duração é imprevisível.

A França disse ontem que a expectativa é de que as operações militares sejam concluídas dentro de semanas, mas não deverá durar "meses"’.

Os EUA afirmaram, porém, que depois de repassar o comando das operações – a cargo de Washington desde o início das ações, no sábado – seguirão realizando ataques.

O entendimento entre os aliados só foi obtido depois da superação das divergências da França e da Turquia sobre os planos da aliança. A França resistia a que a Otan assumisse o comando político e militar das ações.

A solução foi conceder o comando militar da missão à Otan nos próximos dias, mas deixar a coordenação política a cargo de um órgão que inclua a Liga Árabe e a União Africana, além da aliança. Uma reunião em Londres na próxima terça deverá definir as atribuições do grupo.

A Turquia, por sua vez, resistia em endossar uma missão que ultrapassasse os objetivos aprovados na resolução da ONU – uma zona de exclusão aérea e o fim dos ataques contra alvos civis.

Segundo o chanceler da Turquia, as preocupações foram resolvidas, e a participação do país em ações para garantir em­­bargo à Líbia já foi aprovada pelo Parlamento.

Durante a semana, o governo turco fez críticas aos ataques aliados, e ontem chegou a acusar a França de se preocupar somente com o petróleo líbio. Os franceses se opõem à entrada turca na União Europeia.

Também ontem, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que representantes do ditador Muamar Kadafi e opositores se encontrarão em Adis Abeba (Etiópia).

Bloqueio naval

O comando da Otan para o bloqueio naval da Líbia disse ontem esperar ter um número efetivo de navios de guerra para evitar que armamentos e mercenários en­­trem na Líbia. A organização afirmou que ainda está numa "fase de incremento" e é impossível no momento patrulhar a costa líbia inteira.

O vice-almirante Rinaldo Veri, da Itália, disse que o Me­­diterrâneo é a maneira mais "fácil, rápida e direta" para transportar armas e mercenários para Kadafi. Se­­gundo ele, as operações navais da Otan fecharão "a porta principal" para a entrada de armas e mercenários. Veri não quis dizer quantos navios de guerra já participam da operação e quantos foram pedidos.

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