Em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (28), o ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, informou que os pilotos do avião que caiu em Mali, na última quinta-feira, fizeram contato pedindo para retornar a Burkina Faso, de onde o voo partiu. Ainda de acordo com o ministro, a tripulação da aeronave AH5017, que viajava para a Argélia, já havia realizado um contato anterior pedindo uma alteração da rota por causa do mau tempo.
A França mantém desde o primeiro momento a hipótese do acidente provocado por mau tempo, ou falha mecânica ou falha humana como a mais provável para explicar a tragédia, que matou todos os 118 passageiros a bordo, 54 deles franceses. São pouco prováveis as possibilidades de ato terrorista ou abatimento por míssil, ainda assim, o governo de François Hollande mantém todas as possibilidades abertas.
"O que nós sabemos, com certeza, é que o tempo estava ruim naquela noite, que a tripulação já havia pedido para mudar a rota antes que todo o contato fosse perdido", disse o ministro.
Nas primeiras horas desta mesma segunda-feira, a segunda caixa-preta da aeronave chegou à França, país que tem liderado as investigações sobre o acidente. Ao lado de Fabius, o secretário de Estado de Transportes francês, Frédéric Cuvillier, revelou um problema grave da investigação: não se sabe se os dados destas caixas-pretas serão legíveis. De acordo com a BBC, uma fonte próxima à investigação contou a agência de notícias internacionais AFP que uma das caixas-pretas estava seriamente danificada por fora.
Martine Del Bono, o porta-voz da equipe de investigação francesa, não quis comentar sobre as condições das caixas-pretas. O ex-secretário de estado francês de transporte, do governo Sarkozy, Thierry Mariani, disse à BBC que, mesmo que as caixas-pretas estejam em boas condições, a análise delas e das conversas feitas na cabine dos pilotos pode levar semanas.
A outra caixa-preta está em Paris desde o último sábado e é a que registra os dados do avião no momento da catástrofe, como altura, velocidade e pressão na cabine.
Em Mali, uma equipe de investigadores, também franceses, analisa os destroços do avião, mas o ministro informou que eles estão enfrentando condições extremamente difíceis. "É um trabalho longo, meticuloso e altamente complexo", afirmou.
Soldados franceses, malineses e holandeses da força de paz da ONU (Minusma) estão fazendo a guarda do local, que fica a cerca de 80 quilômetros ao sul da cidade de Gossi, próximo a fronteira com Burkina Faso.
O avião, um McDonnell Douglas MD-83, era alugado de uma companhia espanhola, a Swiftair, e todos os membros da tripulação eram espanhóis. Além de franceses e espanhóis, entre as vítimas, estavam 27 passageiros de Burkina Faso, e outros de países como Líbano, Argélia, Canadá e Alemanha. Uma vítima era britânica e, entre os franceses, havia uma família de 10 parentes.
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