Políticos, chefes de Estado e organizações lamentam a morte de Piñera; Boric decreta luto oficial no Chile

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O ex-presidente do Chile Sebastián Piñera morreu na tarde desta terça-feira (6) após o helicóptero em que estava cair na região de Los Ríos, no sul do país. Além de Piñera, sua irmã, Magdalena Piñera, e um empresário identificado como Ignacio Guerrero e seu filho estavam a bordo da aeronave, mas conseguiram se salvar.

A morte de Piñera, confirmada por sua assessoria, gerou comoção e pesar entre políticos, chefes de Estado e de organizações internacionais, que destacaram seu legado e sua contribuição para a democracia e o desenvolvimento do Chile e da América Latina.

Um dos primeiros líderes internacionais a se manifestar foi o atual presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, que lembrou o apoio dado por Piñera ao seu país durante a pandemia.

“Conheci o presidente Piñera há vários anos. Sempre teve uma atitude positiva em relação ao Uruguai e pessoalmente. Como exemplo, basta mencionar seu apoio com a logística oferecida para a chegada das vacinas durante a pandemia. Aos chilenos e sua família, meus pêsames”, escreveu o presidente uruguaio em sua conta na rede social X (antigo Twitter).

Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), também expressou seu profundo pesar pelo falecimento do ex-presidente chileno.

“Nossas condolências a seus familiares e amigos, e acompanhamos todo o povo chileno nestes momentos de tristeza”, disse.

O ex-presidente da Argentina Mauricio Macri (2015-2019) que teve um estreito vínculo com o ex-mandatário chileno, o chamou de “querido amigo” e “dirigente notável”. “Tristeza imensa pela morte do meu querido amigo Sebastián Piñera. Boa pessoa, comprometido como ninguém com o Chile e com os valores da liberdade e da democracia na América Latina. Realmente é uma perda total, irremediável. Hoje me despeço de um amigo e de um dirigente notável. Todo o meu carinho para sua família”, escreveu em suas redes sociais.

Outros ex-presidentes que também lamentaram a morte de Piñera foram Juan Manuel Santos, da Colômbia, que destacou seu apoio e seu papel de “garantidor do processo de paz” em seu país, e Evo Morales, que afirmou que, apesar de não coincidir ideologicamente, trabalhou “lado a lado” com Piñera em “vários temas”.

A Presidência da Argentina, atualmente comandada pelo libertário Javier Milei, enviou suas condolências aos “familiares, amigos e a todo o povo chileno em nome do Estado argentino”.

"Recebi há pouco a notícia do trágico acidente sofrido por Sebastián Piñera, ex-Presidente da República irmã do Chile. Lamento profundamente seu falecimento e desejo enviar nossas condolências em nome do povo argentino aos seus familiares e amigos, assim como a todo o povo chileno", acrescentou Milei por meio de sua conta no X.

A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, também se pronunciou, dizendo que Piñera era “um democrata, com convicções profundas” e que seu legado de compromisso com seu país e com a América Latina “perdurará em nossa consciência coletiva”.

"Conheci Sebastián Piñera quando ambos éramos Presidentes, lembro-me quando ele nos acompanhou nas celebrações do Bicentenário [da Argentina] junto com os demais mandatários de toda a América do Sul. Como todos sabem, não tínhamos as mesmas ideias, mas sempre nos uniu uma relação de muito respeito: ele era um homem de direita, mas profundamente democrático. Lembro com carinho do seu senso de humor e da calorosidade de sua família, que conheci no Chile. Para eles, minhas mais sinceras condolências", escreveu no X a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner (2007-2015).

O presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, disse estar "consternado" com a "trágica" morte de Piñera e transmitiu suas condolências a familiares e amigos, bem como ao governo e a todo o povo chileno.

“Durante seu mandato, fortalecemos os laços entre nossos dois países e juntos tornamos possível a COP 25 em um momento crucial na luta contra a emergência climática. Descanse em paz”, escreveu Sánchez na sua conta no X.

A União Europeia (UE) também expressou suas condolências pelo "trágico falecimento" de Sebastián Piñera.

“Diante do trágico falecimento do ex-presidente Sebastián Piñera, em nome da UE, desejo expressar as nossas mais sinceras condolências à sua família, amigos, bem como ao povo e ao governo do Chile”, escreveu no X o alto representante comunitário para Relações Exteriores, Josep Borrell.

A ex-presidente do Chile Michelle Bachelet (2006-2010 e 2014-2018) disse que lamentava profundamente o falecimento de Piñera.

"Nestes momentos difíceis, minhas condolências à sua família, amigos e entes queridos, a Renovação Nacional e a todas as chilenas e chilenos que hoje sofrem com sua perda. Sempre valorizei o compromisso do ex-presidente Piñera com nosso país e com a democracia, assim como seu trabalho incansável e seu serviço à nação. Que descanse em paz", afirmou.

No Chile, a ministra do Interior, Carolina Tohá, anunciou que o governo de Gabriel Boric declarou luto oficial no país e antecipou que haverá um funeral de Estado para o ex-presidente.

“Piñera foi um presidente eleito democraticamente por duas ocasiões e terá as honras que merece”, afirmou. “Queremos fazer chegar um abraço solidário à família do ex-presidente, a todos os seus próximos, mas também a todas as chilenas e os chilenos. Sebastián Piñera nos governou e o lembraremos como tal”, declarou.