Potências ocidentais acreditam que o Irã está próximo de conseguir urânio não enriquecido para seu programa nuclear e estão recomendando que os países produtores a não vender o produto a Teerã, disse uma reportagem do The Times neste sábado.
O jornal contou que departamento de assuntos internacionais do governo britânico ordenou no final do ano passado que seus diplomatas no Cazaquistão, Uzbequistão e Brasil - os maiores produtores de urânio, para fazer um lobby nos governos locais sobre o assunto.
"Países incluindo Inglaterra, Estados Unidos, França e Alemanha começaram um esforço diplomático para dissuadir os maiores produtores de urânio para não vender para o Irã", disse o jornal.
Os governos ocidentais acusam Teerã de tentar adquirir armas atômicas sob a sombra de um programa para produzir energia nuclear. O Irã nega as acusações e diz que quer a potência nuclear apenas para gerar eletricidade.
O urânio enriquecido necessário para reatores nucleares ou armas é produzido em centrífugas que espalham gás hexafluoreto (UF6) em alta rotação. O UF6 deriva da uma reação química criada com o chamado "bolo amarelo", um pó concentrado que surge do urânio concentrado na forma de sal.
O vice-presidente da companhia atômica estatal do Cazaquistão disse a[ Reuters em uma entrevista em novembro que a antiga república soviética planeja aumentar a produção de urânio para cerca de 12 mil toneladas este ano, ante as cerca de 8,6 mil toneladas de 2008.
De acordo com a World Nuclear Association, organização que promove o uso nuclear pacífico, os 10 maiores produtores de urânio do mundo são Canadá, Austrália, Cazaquistão, Rússia, Nigéria, Namíbia, Uzbequistão, Estados Unidos, Ucrânia e China. O Brasil era o 13º.
O The Times disse que a República Democrática do Congo pode ser outra fonte potencial de suprimento que preocupa as potências ocidentais e o braço das Nações Unidas que trata do assunto, a Agência Internacional de Energia Atômica.
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