O Palácio do Planalto confirmou que recebeu nesta segunda-feira (17) uma correspondência sobre a iraniana Sakineh Ashtiani, condenada à morte por adultério e suposta participação na morte do marido. A carta, endereçada à presidente Dilma Rousseff e escrita pela deputada iraniana Zore Elahian, está sendo traduzida do inglês para o português. Ela só deve ser lida pela presidente nesta terça (18).
O Planalto não divulgou o conteúdo do documento. Segundo a agência de notícias estudantil Isna, Elahian informa a Dilma, na carta, que a pena de enforcamento contra Sakineh foi suspensa. A deputada é presidente da Comissão de Direitos Humanos do Parlamento iraniano.
Sakineh foi inicialmente condenada a apedrejamento pelo crime de adultério, mas essa sentença foi suspensa devido à repercussão internacional. Ela continuava sob ameaça de morte por enforcamento, por ter sido considerada cúmplice no assassinato do marido. Em sua primeira entrevista como presidente eleita, Dilma Rousseff disse considerar uma "barbaridade" a condenação da iraniana à morte por apedrejamento. "Não tenho status oficial, mas externo a vocês a minha posição que acho bárbaro o apedrejamento da Sakineh."
Asilo no Brasil
Em julho do ano passado, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu asilo a Sakineh no Brasil. O governo do Irã rejeitou a oferta, elogiando o "caráter humano e sensível" de Lula, mas argumentando que ele não estava a par de todos os fatos.
O Brasil tem boas relações com o Irã, e no ano passado tentou mediar um acordo nuclear, rejeitado por potências ocidentais. Pela lei islâmica em vigor no Irã, o adultério pode ser punido com a morte por apedrejamento, enquanto crimes como homicídio, estupro, assalto, apostasia e narcotráfico resultam em enforcamento.
O caso de Sakineh abalou ainda mais as relações entre o Irã e o Ocidente, já prejudicadas por causa do programa nuclear iraniano, que os EUA e seus aliados temem estar voltados para o desenvolvimento de armas nucleares. Teerã insiste no caráter pacífico das suas atividades.
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