O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira (13) que a Rússia enviará tropas e armas pesadas para a fronteira finlandesa depois que Finlândia e Suécia ingressarem na OTAN.
“Se nós sequer tínhamos tropas, tínhamos retirado todas elas de lá, da fronteira russo-finlandesa, por que fizeram isso? Foi o que eles decidiram. Mas nós não tínhamos tropas lá e agora teremos. Não havia sistemas ofensivos lá e agora eles aparecerão”, disse o mandatário em entrevista à emissora Piervy Kanal e à agência oficial de notícias RIA Novosti.
Putin considerou a decisão dos dois países nórdicos um “passo sem sentido” para garantir seus interesses nacionais, mesmo que isso signifique ser protegido por um guarda-chuva nuclear.
Ele lembrou que as relações entre Rússia e Finlândia, que apoiou a Ucrânia desde o início da guerra, há mais de dois anos, já foram “ideais”, pois não havia disputas entre eles, inclusive territoriais.
“E acho que eles se beneficiaram mais com o fato de serem neutros, porque isso lhes dava certas vantagens, pelo menos como uma plataforma de negociação para reduzir as tensões na própria Europa”, analisou.
Desde que Finlândia e Suécia anunciaram a intenção de aderir à aliança, Moscou alertou que reforçará sua presença militar.
“Não havia problemas. Agora haverá. Criaremos o distrito militar de Leningrado [noroeste] e concentraremos certas unidades militares lá. Para que eles precisavam disso? Isso é um absurdo”, disse Putin em dezembro do ano passado.
Moscou pretende reforçar seu flanco noroeste, especialmente a região em torno da segunda maior cidade do país, São Petersburgo, que fica a apenas 300 quilômetros da capital finlandesa, Helsinque.
Alguns especialistas consideram a adesão da Finlândia à aliança atlântica um dos maiores erros de cálculo de Putin ao invadir a Ucrânia em fevereiro de 2022, já que Rússia e Finlândia compartilham uma fronteira de 1,3 mil quilômetros.
Ao mesmo tempo, Putin garantiu que a Rússia está preparada para o caso de o Ocidente decidir desencadear uma guerra nuclear, embora ele considere essa opção improvável nesta fase.
“Eles estão desenvolvendo todos os seus componentes. Nós também estamos. Mas isso não significa que, na minha opinião, eles estejam prontos para iniciar uma guerra nuclear amanhã. Mas, se eles quiserem, o que fazer? Estamos prontos”, pontuou.
Putin insistiu que a Rússia está pronta “do ponto de vista técnico-militar” e que essas armas “estão permanentemente em prontidão de combate”.
“As armas existem para serem usadas. Temos nossos princípios, e o que eles dizem? Que estamos prontos para usar armas, quaisquer armas, incluindo a que você mencionou, se o problema for a existência do Estado russo, se o problema for danos à nossa soberania e independência”, declarou.
O líder russo alegou que a tríade nuclear da Rússia - mísseis intercontinentais, submarinos atômicos e aviação estratégica - é “mais moderna” do que qualquer outra no planeta.
“E essas tríades, de fato, só nós e os americanos temos. E nós avançamos muito mais. A nossa é mais moderna. Todo mundo sabe disso”, enfatizou.
Com relação à guerra na Ucrânia, ele afirmou que “nunca” houve a necessidade de usar “meios de destruição em massa”, em resposta a uma pergunta sobre o possível uso de armas nucleares táticas no país vizinho.
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