A semana de alto nível da Assembleia Geral da ONU começará na terça-feira (24) em Nova York, com a presença de líderes dos cinco continentes, mas entre as ausências mais notáveis estarão os ditadores da China, Xi Jinping; da Rússia, Vladimir Putin; e da Venezuela, Nicolás Maduro.
Nenhum dos três tem o hábito de comparecer a esse fórum diplomático global e geralmente deixam que os ministros das Relações Exteriores de seus respectivos países se dirijam à Assembleia Geral, normalmente a partir de quinta-feira, depois dos discursos dos chefes de Estado e de governo.
Putin é alvo de um mandado de prisão internacional emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em março de 2023, o que o levou a restringir suas viagens a países vizinhos e “amigos” - mais recentemente à Mongólia -, onde não corre o risco de ser preso.
Em tese, os Estados Unidos, por não serem signatários do Estatuto de Roma, que criou o TPI, não seriam obrigados a cumprir a ordem de detenção contra Putin, mas, dada a rivalidade geopolítica entre os dois países, uma altamente improvável viagem do ditador russo a Nova York poderia resultar numa prisão.
A Mongólia é signatária do TPI, mas, apesar de cobranças do tribunal e da Ucrânia, não cumpriu a ordem de prisão quando Putin esteve no país.
Maduro também não costuma comparecer à assembleia e, neste ano, é ainda mais difícil para ele fazê-lo, depois que grande parte da comunidade internacional se recusou a reconhecer os resultados das eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais foi “reeleito” de acordo com os resultados oficiais emitidos pelo órgão eleitoral da Venezuela, dominado pelo chavismo.
Além disso, ele tem contra si um processo na Justiça Federal de Nova York e uma recompensa de US$ 15 milhões por informações que levem à sua captura.
No caso da China, o membro do gabinete político do Comitê Central do Partido Comunista da China (CPC) e ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, participará da sessão da Assembleia Geral como representante especial do ditador Xi Jinping, cujas tensões com os Estados Unidos aumentaram nos últimos dois anos devido às pretensões chinesas de anexar Taiwan, aliado americano.
Outro líder que não participará da cúpula é o rei Mohammed VI do Marrocos, que neste ano enviou o primeiro-ministro, Aziz Ajanuch, para fazer o discurso em seu nome.
A participação do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está no ar depois que seu país lançou uma grande ofensiva nos últimos dias contra o sul do Líbano. No momento, ele adiou sua viagem por vários dias, até a próxima sexta-feira (27), e não está descartada a possibilidade de que tenha que suspendê-la.
Entre os líderes que farão seus primeiros discursos na Assembleia Geral da ONU, estarão Javier Milei, presidente da Argentina, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, ambos recém-eleitos.
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