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Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton (esq), e o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, participam de coletiva de imprensa em Moscou | Reuters
Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton (esq), e o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, participam de coletiva de imprensa em Moscou| Foto: Reuters

O chamado "quarteto" de mediadores internacionais do Oriente Médio sugeriu nesta sexta-feira que o diálogo indireto entre palestinos e israelenses pode começar nos próximos dias, após a divulgação de um pacote com medidas destinadas a gerar confiança mútua.

Falando em Moscou após uma reunião do grupo formado por EUA, Rússia, União Europeia e ONU, o ex-premiê Tony Blair, enviado especial do grupo para o Oriente Médio, disse à Reuters: "Espero muito que nos próximos dias tenhamos um pacote que dê às pessoas a sensação de que, sim, apesar de todas as dificuldades dos últimos dias, vale a pena ter discussões por proximidade (indiretas), e então estas levariam a negociações diretas."

Ao citar as "dificuldades dos últimos dias" ele se referia ao projeto israelense, anunciado na semana passada, de construir mais 1.600 casas para colonos judeus em um assentamento próximo a Jerusalém Oriental, contrariando a orientação do governo norte-americano.

O anúncio, feito durante uma visita do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, irritou Washington. Os palestinos reagiram ameaçando desistir das negociações indiretas sob a mediação do representante especial dos EUA, George Mitchell.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, em Moscou para o encontro do quarteto, também se mostrou positiva sobre avanços. Ela disse que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresentou explicações "úteis e produtivas" em resposta a suas preocupações sobre os assentamentos em uma conversa telefônica na quinta-feira. Ela não deu mais detalhes.

Blair não quis antecipar elementos do pacote. "Penso que isso se tornará claro conforme os dias se desenrolarem, francamente", afirmou.

O quarteto voltou a defender negociações diretas entre palestinos e israelenses para acabar com a ocupação israelense na Cisjordânia e levar à criação de um Estado palestino independente num prazo de 24 meses.

O grupo não disse como pretende alcançar esse objetivo, mas prometeu "monitorar de perto os acontecimentos em Jerusalém e manter sob consideração passos adicionais que possam ser necessários."

Horas antes da reunião do quarteto, aviões israelenses bombardearam pelo menos seis alvos na Faixa de Gaza, em retaliação pelo foguete que foi disparado por militantes do enclave na véspera, matando um operário tailandês em Israel.

Em nota, o quarteto condenou a agressão palestina e pediu "o fim imediato da violência e do terror". Mas acrescentou que ambas as partes devem evitar "ações provocativas e retórica inflamatória," e que Israel precisa congelar a ampliação dos assentamentos, destruir postos avançados dos colonos, construídos a partir de 2001, e parar de demolir casas de árabes em Jerusalém Oriental.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou que irá a Gaza no domingo para avaliar a situação. A UE foi representada em Moscou pela chefe de política exterior, Catherine Ashton.

Um porta-voz de Netanyahu disse, sem entrar em detalhes, que o primeiro-ministro propôs a Hillary "medidas de construção de confiança mútua por parte de Israel da Autoridade Palestina na Cisjordânia." Isso exclui, portanto, contatos com a Faixa de Gaza, governada pelo grupo islâmico Hamas.

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