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O ex-presidente dos EUA e candidato à reeleição, Donald Trump, e a atual vice-presidente, a democrata Kamala Harris
O ex-presidente dos EUA e candidato à reeleição, Donald Trump, e a atual vice-presidente, a democrata Kamala Harris| Foto: EFE/ Jim Lo Scalzo/ Rebecca Droke

A imigração é um dos principais assuntos que tendem a influenciar as eleições americanas deste ano, marcadas para 5 de novembro, com o ex-presidente republicano Donald Trump e a atual vice da Casa Branca, a democrata Kamala Harris, como concorrentes.

Apesar dos dois lados defenderem em seus discursos que querem aumentar a segurança na fronteira, a fim de frear a atual crise migratória, os candidatos têm visões diferentes sobre as medidas que devem ser implementadas.

Kamala Harris, substituta de Joe Biden na corrida eleitoral, enfrenta fortes críticas por ter sido escalada por ele para administrar a situação catastrófica na fronteira - somente em dezembro de 2023, os EUA registraram um recorde de mais de 300 mil entradas ilegais. A média mensal de 2013 a 2019 era de 39 mil.

A democrata foi, inclusive, apelidada pelos republicanos de "czar da fronteira", título que a imprensa americana tentou desvincular da candidata. Sua função era de identificar as "causas profundas" que levam à migração em massa na América Central e negociar com os países vizinhos para conter a entrada de estrangeiros pela fronteira, mas não houve êxito nesse plano.

Desde que Harris esteve pela primeira vez na América Central, os dados oficiais da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA registraram mais de 7 milhões de imigrantes ilegais, incluindo 750 mil guatemaltecos.

O número de salvadorenhos e hondurenhos também disparou. Nos três primeiros anos da administração Biden-Harris, quase o dobro de migrantes desses países tentaram entrar ilegalmente nos EUA, em comparação com o mesmo período sob a gestão de Donald Trump (2017-2021), que fechou acordos com os governos centro-americanos exigindo que os requerente de asilo fizessem o processo no próprio país ou enfrentariam deportação assim que chegassem na fronteira dos EUA.

Essas negociações dos republicanos ajudaram o país a gerenciar a entrada de imigrantes ilegais na fronteira. Contudo, semanas após a posse do governo Biden-Harris, o Secretário de Estado, Antony Blinken, encerrou esses acordos.

No site de campanha, a candidata democrata à presidência afirma que o atual sistema de imigração está "falido" e necessita de uma reforma abrangente. As medidas defendidas por ela são: incluir "forte segurança nas fronteiras e um caminho merecido para a cidadania", se referindo aos estrangeiros sem documento que já residem nos EUA.

Em 2020, durante a primeira tentativa de concorrer à presidência, Harris prometeu desativar centros de detenção de imigrantes, limitar as deportações e "lutar" para que eles conseguissem cidadania nos EUA.

Agora, ela apoia um acordo bipartidário que foi travado no Congresso americano que tem como principais objetivos fechar as brechas no processo de asilo e dar ao presidente maior autonomia para fechar a fronteira quando as travessias estiverem sobrecarregadas. Durante a Convenção Nacional Democrata, no mês passado, ela disse que sancionaria o projeto de lei bipartidário sobre a fronteira.

Desde que substituiu Biden, Harris não detalhou algumas de suas políticas migratórias, por exemplo, se os requerentes de asilo por motivações políticas iriam continuar tendo esse benefício.

Por outro lado, Donald Trump escolheu a imigração como principal pauta antes mesmo de ser escolhido representante do Partido Republicano. Ele prometeu, desde que anunciou o interesse na reeleição, que faria a maior deportação da história do país e tem citado seus planos para a fronteira em quase todos os comícios de campanha.

Na semana passada, ele afirmou que esse plano começaria em Springfield, Ohio, com destino à Venezuela. Segundo o ex-presidente, o aumento da violência nos EUA está diretamente relacionado à entrada de imigrantes ilegais. 

Em seu plano, o republicano defende a realocação de tropas militares para a fronteira EUA-México, a construção de instalações de detenção adicionais do Immigration and Customs Enforcement (ICE, na sigla em inglês, ou Imigração e Alfândega dos EUA) e a anulação do Acordo Flores, de 1997, que estabeleceu normas nacionais para o tratamento humanitário de crianças sob custódia dos EUA no Departamento de Saúde e Serviços Humanos (SSH).

Ainda, afirma que em um novo mandato na Casa Branca daria fim aos programas de liberdade condicional de Joe Biden, que permitem que os imigrantes entrem e permaneçam temporariamente nos EUA, se estiverem solicitando admissão, e que obtenham autorização de trabalho. Mais de 1 milhão de pessoas foram autorizadas a entrar nos EUA por meio dos programas da administração democrata.

Além disso, o candidato à presidência já afirmou que pretende acabar com a cidadania por direito de nascença para filhos de imigrantes que entraram no país ilegalmente, além de deportar e revogar vistos de estudantes estrangeiros que se envolveram em manifestações contra Israel.

Em suas declarações, Trump anunciou apenas uma política que fomentaria a migração para o país: conceder vistos (green cards) automáticos para graduados que não são cidadãos, mas estudaram em faculdades e universidades americanas.

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