O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Andrey Rudenko, acusou a Coreia do Sul de "provocar" o aumento de tensões com o território vizinho, a Coreia do Norte, nos últimos dias.
O diplomata rememorou um acordo celebrado entre Moscou e o regime de Kim Jong-un, que prevê assistência militar mútua em caso de agressão.
“Consideramos que as recentes ações provocativas da Coreia do Sul estão prejudicando seriamente a estabilidade na península e levando a uma escalada de tensão”, disse o ministro, mencionado pela agência russa estatal TASS.
O diplomata, que fez a declaração durante visita ao Irã, enfatizou que há “um cenário muito perigoso” entre os países, razão pela qual “é hora [de Seul] parar”.
A ditadura de Vladimir Putin, que forjou uma aliança estratégica com o regime de Pyongyang nos últimos dois anos, pediu à Coreia do Sul, recentemente, que levasse “muito a sério as advertências do país vizinho”.
Em 11 de outubro, a Coreia do Norte alegou que a Coreia do Sul enviou drones com folhetos de propaganda contra a ditadura comunista para se espalharem sobre a capital Pyongyang pelo menos três vezes na última semana.
O Exército da Coreia do Sul disparou nesta terça-feira tiros ao sul da fronteira com a Coreia do Norte em resposta às detonações usadas por Pyongyang para destruir trechos de estradas em seu território que ligam as duas nações.
Referindo-se ao Acordo de Parceria Estratégica Abrangente assinado em junho por Moscou e a ditadura de Kim, Rudenko afirmou que “se existir um ato de agressão contra a Coreia do Norte, de acordo com sua legislação e a do país com o qual possui o acordo, medidas serão tomadas".
O Kremlin defendeu a ratificação do acordo, que inclui uma cláusula sobre assistência mútua em caso de agressão, logo após a Ucrânia declarar que os norte-coreanos estão lutando na linha de frente do conflito que mantém com a Rússia.
“O mais importante é que esse acordo implica, de fato, uma profunda cooperação estratégica em todos os setores, inclusive na garantia da segurança”, disse o porta-voz da presidência, Dmitry Peskov, em entrevista coletiva.
Peskov respondeu a uma pergunta sobre a decisão do ditador russo, na noite anterior, de encaminhar o acordo à Duma para ratificação.
Putin e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, discutiram o acordo em junho, durante a primeira visita do ditador russo a Pyongyang em quase um quarto de século.
O documento, que criou preocupações na Coreia do Sul e nos Estados Unidos, prevê “assistência no caso de um dos dois países ser atacado”, explicou Putin na época.
O regime norte-coreano também declarou na ocasião que a cláusula de assistência militar com a Rússia está em conformidade com o direito internacional, a carta fundadora das Nações Unidas e a legislação de ambos os países.
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