Rússia, Cazaquistão e Uzbequistão estudam a criação de uma "união tripartida de gás" para abastecimento interno e para mercados de países terceiros, incluindo a China, conforme anunciou nesta terça-feira (29) o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak.
"Essas áreas de cooperação estão sendo consideradas, já que Rússia, Cazaquistão e Uzbequistão têm um único sistema de transmissão de gás desde os tempos soviéticos", explicou Novak durante o 4º Fórum de Energia Russo-Chinês.
Ele afirmou que os três países têm grandes oportunidades de ampliar a cooperação, incluindo o fornecimento e processamento do gás para seu envio a outros destinos de exportação.
Novak enfatizou que a China também pode se tornar um dos receptores de energia da união de gás entre Rússia, Cazaquistão e Uzbequistão.
O presidente cazaque, Kasim-Yomart Tokayev, disse ontem durante reunião com o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, em Moscou, que ele e o presidente Vladimir Putin, discutiram a criação de uma "união tripartida de gás" com o Uzbequistão.
Putin fez a proposta a Tokayev em uma reunião no Kremlin ontem, e este apoiou a iniciativa sem saber mais detalhes.
O presidente russo também ligaria para o mandatário uzbeque, Shavkat Mirziyayev, para informá-lo de sua ideia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, explicou hoje que o plano de Putin é o primeiro a criar "um mecanismo de coordenação" no setor do gás para desenvolver a infraestrutura de consumo e transporte de gás para as necessidades nacionais e mercados estrangeiros.
Segundo ele, "a iniciativa será formalizada de alguma forma em termos de formulação e linhas claras".
Peskov observou que tanto o Cazaquistão quanto o Uzbequistão estão desenvolvendo suas economias rapidamente e as necessidades domésticas de gás estão crescendo, e ambos os países comercializam gás em mercados estrangeiros.
Tanto a Rússia quanto os dois países da Ásia Central têm planos de desenvolver essa indústria, por isso uma "sincronização" é boa para todos.
Rússia e Cazaquistão fazem parte da Comunidade Econômica Eurasiática, onde o Uzbequistão é um observador.
Além disso, conforme observou Peskov, o Cazaquistão tradicionalmente atende suas necessidades no norte do país com gás russo, pois "não tem suas próprias oportunidades lá".
Tem que recorrer ao gás russo ou gastar dezenas de bilhões de dólares para instalar um novo sistema de gasoduto, explicou.
Por sua vez, enfatizou, a Rússia está desenvolvendo depósitos no leste da Sibéria que, entre outras coisas, são voltadas para a exportação.
O porta-voz do Kremlin destacou que existem muitos gasodutos nesta região que levam a diferentes países.
"Tudo isso requer a soma de ações, discussões e coordenação entre os três países: Rússia, Cazaquistão, Uzbequistão", afirmou.
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