O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (4) que o presidente sírio, Bashar al-Assad, está pronto para realizar eleições parlamentares antecipadas e poderia dividir o poder com uma oposição “saudável”.
A Rússia e o Irã têm sido os principais aliados internacionais de Assad na guerra que se desencadeou na Síria há quatro anos e meio e já causou cerca de 250.000 mortes.
O governo russo deixou claro que não quer ver Assad derrubado, por isso, aproveitou os avanços feitos pelo Estado Islâmico no Iraque e Síria para incitar seus rivais estrangeiros, incluindo os Estados Unidos e a Arábia Saudita, a trabalhar com o governo sírio para combater o inimigo comum.
“Nós realmente queremos criar algum tipo de coalizão internacional para lutar contra o terrorismo e o extremismo”, declarou Putin aos jornalistas à margem do Fórum Econômico do Leste, em Vladivostok, dizendo ter conversado com o presidente dos EUA, Barack Obama, sobre o assunto.
“Também estamos trabalhando com nossos parceiros na Síria. Em geral, o entendimento é que esta união de esforços na luta contra o terrorismo deve ocorrer em paralelo com algum processo político na própria Síria”, disse Putin.
“E o presidente sírio concorda com isso, todo o longo caminho até à realização de eleições antecipadas, digamos, parlamentares, estabelecendo contatos com a chamada oposição saudável, trazendo-a para governar”, disse ele.
Moscou quer que a coalizão liderada pelos EUA nos ataques aéreos contra as posições do Estados Islâmico coordene esforços com os Exércitos da Síria e do Iraque e grupos rebeldes moderados anti-Assad, bem como forças curdas.
Inimigos de Assad se recusam a cooperar com Damasco, temendo que isso ajude a legitimar seu governo na Síria, onde os Estados ocidentais e do Golfo Pérsico dizem que ele é parte do problema, não a solução, e por isso tem de deixar o cargo.