Sakineh Mohammedi Ashtiani, a iraniana condenada a morrer apedrejada por adultério, confessou ter ajudado um homem a matar seu marido e disse ter participado de uma reconstituição do crime durante entrevista levado ao ar pela televisão estatal na sexta-feira (10). O programa parece ser um esforço do governo do Irã de desviar as críticas internacionais sobre o caso.
Autoridades anunciaram sua condenação no caso de assassinato apenas depois do tumulto provocado pela sentença de apedrejamento. Seu advogado - que foi preso - disse que ela nunca foi formalmente julgada e que Sakineh foi torturada até confessar o crime. As autoridades podem usar a acusação de assassinato para justificar a execução da iraniana por enforcamento em fez de apedrejamento.
Nas imagens mostradas pela emissora em inglês Press TV, a mulher de 43 anos, que é mãe de dois filhos, foi levada da prisão até a sua casa, nas proximidades da cidade de Tabriz, noroeste do Irã, onde reconstituiu o suposto assassinato ocorrido em dezembro de 2005. Um ator interpretou seu marido.
Vestida de preto com um lenço bege cobrindo os cabelos, Sakineh descreveu como iniciou o caso com outro homem, identificado como Isa Taheri. Ela disse ter dado ao marido uma injeção que o deixou inconsciente e que Taheri foi até sua casa e o eletrocutou.
A Anistia Internacional criticou a veiculação do programa, que fora anunciado durante o dia pela Press TV, dizendo que ele violou os padrões internacionais de um julgamento justo por ter feito Sakineh apresentar "provas" contra si mesma.
A iraniana foi condenada em 2006 por ter tido um "relacionamento ilícito" com dois homens após o assassinato de seu marido um ano antes e foi condenada a 99 chibatadas. Mais tarde, naquele mesmo ano, ela também foi condenada por adultério e recebeu a sentença de apedrejamento, embora tenha retirado a confissão, afirmando que ela havia sido feita sob coerção.
Como a suspensão do X afetou a discussão sobre candidatos e fake news nas eleições municipais
Por que você não vai ganhar dinheiro fazendo apostas esportivas
Apoiadores do Hezbollah tentam invadir Embaixada dos EUA no Iraque após morte de Nasrallah
Morrer vai ficar mais caro? Setor funerário se mobiliza para alterar reforma tributária
Deixe sua opinião