As rotativas que imprimem 17 jornais regionais na Venezuela – sete deles em Caracas – ficarão sem funcionar durante a Semana Santa. O motivo? Falta de papel, denunciou o Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS). A ONG destinada à defesa da liberdade de expressão alertou que 45 diários vivem crise de escassez de papel-jornal, alguns desde 2013.
Nesta semana, um dos jornais que se somam às “vítimas” está o “El Carabobeño”, que deixou de circular em edição impressa. Seu corpo editorial denunciou o governo chavista por suposta ingerência para prejudicar a importação de matéria-prima para imprimir o diário de Valencia, que teve que recorrer ao caríssimo câmbio paralelo para conseguir manter o diário.
“Hoje se concretiza um vil ataque contra um dos mais sagrados direitos do ser humano: o de estar informado. Chegou o impensável dia que o ‘El Carabobeño’ deu fim a suas edições impressas”, disse o jornal ao encerrar suas impressões.
Carlos Correa, diretor da ONG Espaço Público, disse à AFP que o caso do “Carabobeño” representa uma “dinâmica de fustigamento aos jornais impressos”. Segundo ele, isto tem se intensificado com veículos de imprensa críticos do governo.
Os dois maiores jornais do país, “El Nacional” e “El Universal”, alertaram para níveis críticas de suas reservas de papel desde 2014. Outros, como o “La Nación”, de San Cristóbal, reduziram suas páginas. O opositor “Tal Cual” virou semanário pela dificuldade em conseguir papel-jornal.
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