O Senado dos EUA pode se dividir entre democratas e republicanos nas eleições da próxima terça-feira, em uma derrota do governo Barack Obama, que corre o risco de perder a maioria parlamentar nos últimos dois anos de mandato. Esse resultado, contudo, pode fazer com que o vice-presidente, Joe Biden, seja o grande vencedor nas urnas.
Como presidente do Senado, o segundo líder do Executivo do país tem o poder de dar o voto de Minerva em caso de empates, independentemente do partido que tem a maioria dentre os representantes. E essas situações são muito mais comuns quando o Senado está rachado exatamente ao meio.
Os republicanos já comandam a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos e precisam ganhar apenas seis assentos para controlar também o Senado, algo que as pesquisas de opinião indicam ser cada vez mais provável. Tendo de arrastar consigo a impopularidade de Obama, os democratas já estão se preparando para perdas ainda maiores nas urnas.
As esperanças do partido para evitar uma maioria republicana descansa em seis estados: Alaska, Arkansas, Georgia, Kentucky, Louisiana, New Hampshire e North Carolina. De perfil mais conservador, nessa porção do eleitorado a defesa dos democratas é mais difícil. Mas se os republicanos tomarem apenas seis assentos no Senado, Biden estará em posição-chave para a corrida eleitoral de 2016, ano em que ele já afirmou cogitar uma nova candidatura à Casa Branca.
Como líder do Senado, Biden poderá até mesmo superar a condição de "rock-star" construída pelos democratas para Hillary Clinton no próximo pleito. Por outro lado, isso também pode significar que Biden terá de se envolver em confrontos políticos complicados no Capitólio, e poderá perder alguns eleitores no meio do caminho.
Amigos e associados de Biden afirmam que ele iria saborear a oportunidade de brincar de rei no Senado. Biden passou quase quatro décadas envolto nas tradições da Câmara e retornar em uma posição de poder permitiria que o vice-presidente mostrasse a ex-colegas de que ainda é peça importante do jogo político.
Contra
Se Biden for forçado a exercer o voto de Minerva para apoiar políticas controversas como a lei sobre imigrantes, os republicanos muito provavelmente usarão esse voto contra ele em uma possível campanha presidencial.